Conceição Evaristo é vencedora na categoria Prosa do Prêmio Faz Diferença

Categoria Segundo Caderno/Prosa: CONCEIÇÃO EVARISTO

no Globo

Escritora mineira radicada no Rio, Conceição Evaristo marcou o ano como uma voz questionadora, tanto em livros quanto em eventos literários. Além de lançar, em 2016, o elogiado livro de contos “Histórias de leves enganos e parecenças” (Editora Malê), a autora de 70 anos chamou a atenção em uma mesa paralela da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ao criticar a ausência de escritores negros na programação principal, que ela definiu como “Arraiá da branquitude”. O posicionamento de Conceição ressoou por toda a Flip e continuou, ao longo do ano, provocando discussões sobre representatividade no mundo editorial. O talento da autora, aliado à sua luta por mais visibilidade a vozes tradicionalmente marginalizadas, fez dela uma das principais personalidades culturais de 2016.

— Fico extremamente feliz com esse prêmio — diz Conceição. — É a prova de que muita coisa está mudando na sociedade, para mulheres e negros. Depois de muito esforço, essas novas vozes começam a ganhar o espaço que é delas por direito. A sociedade brasileira está mais propensa a escutar essas vozes.

Para o escritor e compositor Nei Lopes, premiado ano passado na mesma categoria, a escolha de Conceição “terá uma enorme importância na visibilidade e na afirmação da Literatura Afro-brasileira”. Nascida em uma família pobre, segunda de nove irmãos, ela enfrentou a miséria desde a infância, usando a fantasia e a ficção como formas de sublimar a realidade. De sua “escrevivência”, como ela chama seu processo de escrita, nasceram livros como “Ponciá vicêncio” (Editora Maza), lançado nos Estados Unidos e na França; e “Olhos d’água” (Pallas), vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Contos em 2015.

— Minha criação literária é marcada pela minha convicção de mulher e negra na sociedade brasileira — explica ela.

+ sobre o tema

Como resguardar as meninas da violência sexual dentro de casa?

Familiares que deveriam cuidar da integridade física e moral...

Bruna da Silva Valim é primeira negra a representar SC no Miss Universo Brasil

Bruna da Silva Valim, candidata de Otacílio Costa, foi...

Luiza Bairros lança programas de combate ao racismo na Bahia

O Hino Nacional cantado na voz negra, marcante, de...

Elizandra Souza celebra 20 anos de carreira em livro bilíngue que conta a própria trajetória

Comemorando os 20 anos de carreira, a escritora Elizandra...

para lembrar

Lélia Gonzalez é referência na luta contra a discriminação da mulher negra

Viva Maria começa hoje (21) as comemorações do Dia...

Etiene Medeiros supera Missy Franklin e vai à semi dos 50m costas

Brasileira supera 'menina prodígio' dos Estados Unidos e passa...

Fenômeno IZA fala de racismo e preconceito: ‘Me chamavam de churrasquinho’

Quando apareceu no palco Sunset ao lado de CeeLo...

Onde está o Movimento Negro?

Sorrindo, e triste ao mesmo tempo, vou lendo a...
spot_imgspot_img

Crianças do Complexo da Maré relatam violência policial

“Um dia deu correria durante uma festa, minha amiga caiu no chão, eu levantei ela pelo cabelo. Depois a gente riu e depois a...

Ela me largou

Dia de feira. Feita a pesquisa simbólica de preços, compraria nas bancas costumeiras. Escolhi as raríssimas que tinham mulheres negras trabalhando, depois as de...

Em autobiografia, Martinho da Vila relata histórias de vida e de música

"Martinho da Vila" é o título do livro autobiográfico de um dos mais versáteis artistas da cultura popular brasileira. Sambista, cantor, compositor, contador de...
-+=