Cultura e representatividade das mulheres

Sambista e deputada estadual pelo PCdoB de São Paulo, Leci Brandão discute cultura e temas de relevância social ao lado de Angela Albino

O Instituto Arco-íris, localizado na Travessa Raticlif, no centro da Capital, foi o cenário que recebeu a sambista Leci Brandão para uma roda de conversa com Angela Albino. Na pauta, discussões sobre a área cultural em Florianópolis e no Brasil, representatividade política das mulheres e dos negros, combate ao racismo, ao machismo e à homofobia.

Participaram da conversa militantes dos partidos e candidatos a vereador da coligação Unidade pela Democracia, além dos fãs do trabalho artístico e da mais recente atividade de Leci Brandão na política.

“Quero aproveitar a presença da Leci para reafirmar nosso compromisso com a cultura, a mulher negra, o movimento LGBT. A primeira Leci que eu conheci foi a grande sambista e comentarista de carnaval. Na convivência, conheci outras Lecis, como a parlamentar extraordinária e comprometida com o povo.

O mandato da Leci orgulha o PCdoB no país inteiro pela resistência e o enfrentamento. Ela tem a capacidade de levar a mulher negra e a periferia para dentro de um parlamento branco, como o de São Paulo”, disse Angela Albino.

Na chegada, antes de se acomodar em sua poltrona, Leci distribuiu cumprimentos e carinho para os muitos fãs presentes. De frente para uma plateia ansiosa por ouvi-la, Leci arrancou aplausos e gritos de incentivo com declarações contundentes, questionando, por exemplo, a falta de representatividade dos negros e das mulheres na política.

Leci comentou também os prejuízos ao setor cultural no governo Temer, que tentou acabar com o Ministério da Cultura quando assumiu a presidência ainda de forma interina e o temor popular instaurado com a confirmação do impeachment de Dilma Rousseff, colocando em risco as conquistas de direitos sociais dos últimos 13 anos.

“É muito triste quando a gente vê esse momento delicado do país e as pessoas não querem saber de política e de político. É até compreensível, mas triste. Todas as vezes que apresentamos projetos para ajudar pessoas desfavorecidas, ninguém quer apoiar e as pessoas sentem raiva da ascensão dos outros. O povo de Florianópolis tem uma população negra expressiva. Tem o povo que gosta de samba, que mora no morro, mas a cara da cidade que vemos é outra. E eu quero saber quando é que vão conseguir mostrar a cara desse povo que a gente não consegue ver”, lamentou Leci Brandão.

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