Estatuto da Igualdade Racial completa seis anos

Normas possibilitaram avanços nos direitos dos negros em áreas como educação e cultura

Do Brasil.gov

Composto por 65 artigos, o Estatuto da Igualdade Racial completa seis anos de vigência nesta quarta-feira (20). O texto abrange diversas áreas como cultura, esporte, saúde, moradia, religião e comunicação para garantir os direitos de negras e negros no Brasil.

Um dos principais resultados do Estatuto foi a criação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), que organiza, articula e dissemina institucionalmente – no âmbito estadual e municipal – as políticas públicas do governo federal.

Segundo a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o Sinapir já foi implantado em 43 cidades, e mais 28 estão em processo de implantação.

A partir do Estatuto, também foi criada a Ouvidoria Nacional de Igualdade Racial, que, nos últimos cinco anos, recebeu mais de 2,3 mil denúncias. Ele também possibilitou a criação da lei que instituiu 20% de cotas para negros no serviço público federal e Lei de Cotas no Ensino Superior.

Apesar dos avanços, em relação ao trabalho, por exemplo, dados do IBGE (2014) mostram que parcela expressiva da população preta ou parda (48,4%) ainda está em trabalhos informais. Por motivos como esse, a secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luislinda Valois, ressalta ser importante disseminar o Estatuto para que a população negra garanta seus direitos.

“Diante desses dados, consideramos a disseminação do Estatuto da Igualdade Racial  fundamental, não só para que a população negra tome conhecimento e se aproprie dos seus direitos, mas que toda a população brasileira se conscientize da dimensão das ações afirmativas, ainda necessárias para que nos tornemos um País verdadeiramente democrático”, afirmou em nota divulgada nesta quarta.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, os negros são mais da metade da população brasileira, 52,9% – soma daqueles que se declaram pretos e pardos.

+ sobre o tema

Os dilemas do movimento negro com a Seppir – I – Por: Dennis de Oliveira

Esta semana acontece a III Conapir (Conferência Nacional de...

Travessias da cor: África e identidade negra no Ceará

Por:  Melquíades Júnior Andy discorda do termo "moreno" que tentam lhe...

Olívia Santana é condecorada com a Medalha Zumbi dos Palmares

Ativista do movimento negro e idealizadora da primeira honraria...

para lembrar

O Julho Negro 2017 terá ações do dia 17 a 21 de julho

O Julho Negro é uma articulação protagonizada pelos movimentos...

CNMP irá julgar recurso contra fechamento de terreiro em Santa Luzia/MG

O Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP irá...

Primeira negra a chefiar universidade federal, Nilma Lino Gomes assume SEPPIR

Nilma Lino Gomes é a atual reitora da Unilab. Ela...
spot_imgspot_img

ONGs pedem paridade de gênero e raça para a COP30 no Brasil

Dezenas de organizações ligadas a temáticas ambientais e sociais lançaram um manifesto nesta sexta-feira (8), Dia da Mulher, pedindo que a COP30, a conferência do clima...

Um passo à frente, dois atrás

Será que alguém que não sabe o que é ser preterido pela aparência, que jamais perdeu uma oportunidade de trabalho em razão da cor...

Geledés participa de fórum global da Unesco contra Racismo e Discriminação

Na abertura do 3º. Fórum Global contra o Racismo e a Discriminação, que começou ontem e vai até sexta-feira 1, no SESC 14 Bis, em São Paulo, Gabriela...
-+=