Os meses de protestos nas ruas do Rio de Janeiro e de todo o país não ensinaram aos nossos governantes que a população não pode ser tratada como inimiga ao exercer seu direito constitucional à manifestação. A repressão do Estado mais uma vez apareceu esta semana contra os profissionais da educação, estudantes e demais manifestantes, que foram duramente atacados no Centro do Rio. As claras violações de direitos estão sendo denunciadas pela Justiça Global, que já enviou uma carta oficial pedindo uma posição da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que deve ser manifestar sobre o caso até esta quinta-feira, dia 3. Na sexta-feira, a organização também estará nas ruas, ao lado dos professores, para coletar depoimentos sobre abusos sofridos pelos manifestantes.
Com as informações coletadas, a Justiça Global vai preparar um documento que será enviado à Organização das Nações Unidas (ONU), à Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma vez que há um claro desrespeito aos direitos dos trabalhadores, e à Organização dos Estados Americanos (OEA). As informações também serão passadas ao Ministério da Educação, ao Ministério Público e à Defensoria Pública para que o Governo do Estado do Rio e a Prefeitura do Rio sejam responsabilizadas por seus atos.
A Justiça Global entende que, num momento como esse, é essencial lutar para que não ocorra uma naturalização dos constantes abusos cometidos contra a população nos protestos, que vem se repetindo em escala crescente, sem que o Estado reveja sua forma de atuação. Precisamos garantir os direitos individuais e coletivos, assim como lutar pelo fim da militarização das polícias e por um Estado que ouça e represente os anseios das ruas.
Fonte: Global
