O grupo Rafuagi, referência artística e social da cultura Hip Hop gaúcha e nacional, junto ao cineasta Thiago Köche e a produtora Karen Lose, lançou no ultimo domingo o minidocumentário e videoclipe/single do grupo, intitulado “Manifesto Porongos”:
O trabalho trata do vergonhoso massacre de Porongos durante a Revolução Farroupilha, quando negros escravizados que lutavam ao lado dos farroupilhas com a promessa de liberdade foram emboscados e chacinados, através de ordens diretas de Duque de Caxias e David Canabarro. Na música, utilizando versos do poeta negro Oliveira Silveira (em memória), a letra do Hino do Rio Grande do Sul é alterada: o trecho “povo que não tem virtude acaba por ser escravo” dá lugar a “povo que não tem virtude acaba por escravizar”.
O documentário “Manifesto Porongos”, trás a colaboração de diversos líderes do movimento negro nacional, historiadores e artistas, como Leandro Karnal, Juremir Machado, Odete Diogo (Unir Raças), Professor Euzébio Assumpção, Naiara Oliveira, Sérgio Fidelix, dentre outros. Para Rafa, integrante do Rafuagi, as lutas contra o racismo, preconceito e a opressão devem ocorrer todos os dias, mas novembro é o mês em que esses temas ganham destaque, por acreditarem que a informação é o poder e a verdade revolucionária, com muita coragem tocam em uma ferida até hoje aberta que é o episódio sangrento de Porongos, buscando gerar o debate e uma maior consciência sobre a verdadeira história gaúcha.
“Por mais de um século nos omitiram a verdade. Transformaram assassinos em heróis. É com coragem que se reescreve a história. E não iremos nos calar! É pelos lanceiros negros traídos, assassinados na guerra farroupilha e também por cada irmão e irmã que continua morrendo por causa da cor da sua pele negra.” Rafa, membro do grupo de rap gaúcho Rafuagi.