Na zona leste, Mostra Motumbá discute feminismo, questão racial e LGBT

Iniciada em novembro e com programação até março de 2017, a mostra ‘Motumbá: Memórias e Existências Negras’ toma espaços do Sesc Belenzinho, na zona leste de São Paulo, com diversas ações que exaltam a riqueza e a variedade da produção cultural de matrizes africanas e periféricas, com apresentações de diversas linguagens que contemplam a diversidade das expressões artísticas negras.

Em janeiro, o evento contará com uma programação especial que também discutirá o feminismo e as causas LBGT ( ( sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros) relacionadas às questões raciais;

Dentre os destaques, no dia 11, o Sarau da Kambinda promove um bate papo com muitas histórias, poesia e música, com presença da artista Raquel Trindade, membro da família que abriga o legado de Solano Trindade.

No dia 13 acontece o show da MC Linn da Quebrada, cantora trans da zona leste paulistana, conhecida por usar sua música como ferramenta de transformação social e quebra de paradigmas sexistas. Com a participação da rapper Lay, outra revelação do ativismo LGBT na música contemporânea, ela vem munida de letras políticas de protesto, poderosas e dançantes.

Nos dias 14 e 17, a oficina Escambo de Ideias, debate o tema Representação, Empoderamento e Protagonismo da Mulher Preta nas Artes, em um bate-papo com Cristiane Sobral, Renata Martins e Débora Marçal, com mediação de Sandra Camposno, onde será discutido o papel da mulher nas artes cênicas e seu protagonismo nas diversas áreas que envolvem a produção de um espetáculo.

Também nos dias 14 e 17 de janeiro, a performance Bombril, com Priscila Rezende, traz uma crítica aos apelidos pejorativos utilizados para se referir ao cabelo afro.

Dia 18 acontece um sarau especial liderado pelas Pretas Peri, um coletivo de mulheres pretas da zona leste que desenvolvem diversas ações na periferia de São Paulo como oficinas, debates e mostra artística.

Coletivo Pretas Peri (Créditos: Divulgação)

Para celebrar o feminismo na cultura hip hop, acontece no dia 21 o show das Mulheres do Rap: Cris SNJ, Shirley Casa Verde, Stefanie Roberta e Yzalú, com participação especial da MC Luana Hansen. Todas elas vão se reunir no palco para apresentar canções próprias e fazer releituras vibrantes de sucessos do rap nacional.

Entre os dias 20 e 22 de janeiro, o Sesc Belenzinho exibe a seleção de filmes “A magia da mulher negra”, com curadoria de Kênia Freitas. Serão oito produções cinematográficas de diretoras negras, entre eles, a produção “Amor Maldito” (1984), de Adélia Sampaio, primeiro filme de longa-metragem dirigido por uma mulher negra no país e também o primeiro filme com temática lésbica.

Cineasta Adélia Sampaio (Créditos: Claudia Ferreira)

Entre as dificuldades encontradas na época, o filme não conseguiu nenhum financiamento e teve que ser realizado pelo sistema de cooperativa, onde atores/atrizes e técnicos/técnicas receberam somente uma ajuda de custo pelo trabalho. Outro empecilho foi a recusa das salas de cinema em exibi-lo, por isso ele teve que ser classificado como pornográfico pra poder ser exibido por todo o país.

No dia 21, será realizado o bate-papo ‘A magia da mulher negra’, com participação da diretora Adélia Sampaio e das cineastas Viviane Ferreira e Lilian Solá Santiago, que também integram a mostra de cinema.

Entre os dias 27 e 29, o coletivo teatral Cia Capulanas, formado por mulheres negras da zona sul, apresentará a peça Sangoma, que narra a história de seis mulheres que habitam uma casa sagrada com laços ancestrais. Estas mulheres romperam o silêncio e compartilham suas histórias de vida e seus caminhos para chegar à cura.

Já no dia 31, o encontro Escambo de Ideias aborda o tema Representação, Empoderamento e Protagonismo da Mulher Preta nas Artes em bate-papo com Cristiane Sobral, Renata Martins e Débora Marçal, com mediação de Sandra Camposno.

Confira os horários das atrações e a programação completa da Mostra Motumbá no site do Sesc.

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