Netflix deve lançar versão africana de Sex and the City

É preciso admitir: “An African City”, a mais recente série de Gana lançada na web sobre cinco jovens mulheres que procuram pelo seu amor na cidade de Accra, é uma versão mais ousada do seriado americano “Sex and The City”. Em cena, há sandálias de tiras,  vestidos que roubam a cena feitos pelos fântis – povo que vive na região sul da Gana -, e um bando de homens que passeiam pelas camas de Nana Yaa, Makena, Zainab e Sabe. Quase todas as mulheres do seriado africano são tão livres e liberais em relação ao sexo quanto as de “Sex and the City”. Com exceção de Ngozi – que represente a recatada Charlotte, do programa americano.

As mulheres se encaixam perfeitamente nos tipos de Carrie e Miranda da versão americana. Personagem principal da série, Nana Yaa é uma jornalista de rádio que passa por dúvidas existenciais sobre relacionamentos amorosos ao longo de toda a história.  Zainab e Makena desempenham um papel semelhante ao de Miranda – independentes e donas de seus próprios negócios. Ngozi é a carola que trabalha em uma ONG e que sempre torce o nariz quando o assunto é homem. E Sade seria a Samantha, de Sex and the City, que é a que deixa camisinha suja dentro da bolsa de grife comprada pelo seu namorado rico e casado. Todas elas gastam a maior parte do tempo bebendo drinques nos restaurantes enquanto falam de homens que esperam que um dia elas larguem o emprego para ficar cuidando da casa.

A ideia da criadora do show, Nicole Amarteifio, é mostrar um lado invisível da cultura de Gana, localizada em um continente marcado apenas pela guerra e pela pobreza. No seriado, não há nada disso. Em vez disso, “An African City” mostra a vida de mulheres abastadas da África. Makena é uma advogada formada em Oxford, e Sade, em Harvard. Já Zainab pertence à elite do império karité e o pai de Nana Yaaa é  ministro de Energia do País. Por meio dessas cinco personagens, o seriado tenta explorar como uma jovem “ocidentalizada” se adequa à realidade de seu País de origem.

Essas cinco mulheres são “repatriadas” depois que deixaram Gana para passar uma temporada no ocidente. Em seguida, voltam para a casa com a chamada “síndrome do salvador repatriado”. Muitas críticas têm sido feitas ao seriado pela distância que ele mantém da realidade de Gana, que ainda sequer tem placas nas ruas ou motoristas particulares. O estilo de vida retratado pelo “An African City” é o vivido por pouquíssima gente em Gana: apenas 1% da população.

Apesar disso, o que tem chamado a atenção da série é sua capacidade de transformar a situação que vivem as mulheres do mundo todo em uma crítica incisiva sobre a as culturas ocidentais e africanas. Trazer uma advogada de Washington para conhecer a família na África revela, por exemplo, a divisão existente entre os negros americanos e africanos.

“É definitivamente a geração da minha mãe que vêm até mim dizer: ‘ Bom trabalho , bom trabalho'” , diz Nicole Amarteifio. “E eu estou assumindo que é porque gostam do fato de que são cinco mulheres jovens falando tão livremente sobre sexo. Há algo tão libertador sobre nessas cinco mulheres…”

A própria criadora da série é uma repatriada, assim como outros membros do elenco. Nicole Amarteifio voltou para Gana depois de fazer pós-graduação em Georgetown. Ao voltar, ela conseguiu um emprego no governo, apesar de não gostar muito dele. Depois, se apaixonou, terminou o namoro e se afundou nas temporadas de “Sex and the City”. Ela disse ter se enxergado no seriado, com suas amigas nos EUA. “Aquelas mulheres me pareciam muito familiares”, afirma Nicole.

An African City deve estar disponível no Netflix em breve.

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