No Dia da África clamo por liberdade aos africanos

O Brasil é o país que possui o maior numero de africanos e descendentes fora da África. Um pais da diáspora que mesmo diante deste cenário ainda não aprendeu a conviver e respeitar a diversidade.

Por Sr. Ivan Lima via Guest Post para o Portal Geledés

Mesmo como maioria da população vivemos à margem da sociedade. Podemos atribuir isso a nossa abolição inacabada que trouxe graves consequências para a sociedade brasileira. Apesar de trabalhar nesta terra há 500 anos os africanos e seus descendentes lutam até hoje por direitos básicos que lhes foram negados antes, durante e depois da tragédia da escravidão. Como disse o geógrafo e escrito Milton Santos: “A escravidão marcou o território, marcou os espíritos e marca ainda hoje as relações sociais deste país”

Os números em relação a população negra só são expressivos em questões desfavoráveis. Os mais acometidos pela evasão escolar, os que recebem os menores salários, os que ocupam em maior número o sistema carcerário… isto só para citar alguns índices.

Mas para que de uma vez por todas possamos entender a disparidade entre brancos e negros em nosso país tomemos como ponto de observação o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde nosso país ocupa entre a 69ª e 78ª posição quando contabilizados todos os brasileiros. Porém, quando isolamos as etnias temos no caso de considerados apenas o brancos a 38ª posição e despencamos para 110ª posição quando são os negros os avaliados.

Por isso neste Dia da África precisamos refletir em busca de soluções para uma liberdade de fato para os africanos. Justamente por isso acredito que agora é tempo de levar à pratica a missão e visão do Conselho da Comunidade Negra do Estado de São Paulo, tempo de partir para a ação.

Tenho por missão como presidente do Conselho vir a combater o racismo. Em qualquer esfera, a fim de sermos identificados como protagonistas da história do povo brasileiro.

Neste Dia da África que possamos nos unir como sociedade em prol do reconhecimento e valorização da ancestralidade africana, de forma a alcançar a liberdade tão sonhada.

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