Nos embalos da novela das seis: conheça os hits disco de “Boogie Oogie”

Ambientada em 1978, no auge das discotecas no Brasil, a nova novela do horário das seis da Globo, “Boogie Oogie”, tem a música como um elemento determinante em sua estrutura narrativa. Assim como na clássica “Dancing Days”, sua a trilha sonora traz  alguns dos mais sacolejantes nomes da disco music e do pop rock dos anos 1970.

Genêro hedonista que rompeu barreiras étnicas e sexuais, a disco music virou febre, moldou a moda e o comportamento de uma época, tomando as boates de brilhos e paetês. Apesar de ter ganhado proeminência com a onda, a maioria dos artistas já existia antes, geralmente ligados ao soul e ao pop rock mais radiofônico.

Com a boate novaiorquina Studio 54 servindo de Meca para o novo estilo, hits como “Night Fever”, dos Bee Gees; “Boogie Oogie Oogie”, do A Taste of Honey; “Le Freak”, do Chic, e Y.M.C.A., do Village People, ferviam nas paradas, fazendo de 1978 um dos períodos mais coloridos e dançantes da década –um ano depois de o mundo conhecer as coreografias de John Travolta no filme “Os Embalos de Sábado à Noite”.

O Brasil não ficou de fora. Por aqui, Tim Maia mergulhava de cabeça nas danceterias, com “Tim Maia Disco Club”, dos sucessos “Sossego” e “Acenda o Farol”.  Ex-garçonetes no Rio, as Frenéticas também lançavam “Caia na Gandaia”, tema de abertura de “Dancin’ Days”. No campo das divas, a cantora Lady Zu aparecia como uma Donna Summer tupiniquim, com a música “A Noite Vai Chegar” embalando a novela “Sem Lenço, Sem Documento”.

Durante alguns anos, mesmo artistas fora do eixo das discotecas, como Ney Matogrosso, faziam questão de tirar uma casquinha, investindo em uma sonoridade que também podia se encaixar nas pistas de dança.

Para reviver os tempos de sapatos plataforma, ternos esportivo e calças boca de sino, conheça as músicas e os artistas incluídos na novela “Boogie Oogie”, e o que eles faziam 36 anos atrás.

KC & The Sunshine Band – “That’s The Way (I Like It)” 

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Formado na Flórida em 1973, o grupo é um dos que melhor sintetizam a aura disco, com seus refrões grudentos, naipes de metais marcantes e timbres ligeiramente mais suaves. Eternizou os hinos That’s the Way (I Like It)”, “(Shake, Shake, Shake) Shake Your Booty” e “Keep It Comin’ Love”, mais conhecida no Brasil como a musiquinha do programa de Amaury Jr. Em 1978, a banda lançava “Who Do Ya (Love)”, que não teve o successo dos predecessores, mas que deu continuidade ao sucesso nas pistas

 

Earth, Wind & Fire – “Fantasy” e “September”

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O Earth, Wind & Fire começou em 1971 como uma banda de soul e funk em 1971, mas estourou apenas em meados da década, com as clássicas “Shining Star” e  “Getaway”. A consagração definitiva viria em 1978 “September”, com os falsetes e o videoclipe cheio de efeitos de September.  O grupo se mantém em atividade. Em 2013, lançou “Now, Then & Forever”, seu 20º álbum de estúdio

 

Cheryl Lynn – “Got To Be Real”

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A cantora Cheryl Lyn é um típico fruto das discotecas. Teve apenas um grande sucesso, “Got to Be Real”, uma das músicas mais sampleadas da era. Depois de dominar as pistas em 1978, com apenas 21 anos, sumiu dos holofotes. Seu último disco de estúdio, “Good Time”, foi lançado em 1995

 

A Taste Of Honey – “Boogie Oogie Oogie”

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Formado pela dupla feminina Janice Marie Johnson (voz e baixo) e Hazel Payne (guitarra), o grupo dono do hit que batizou a nova novela das 6 já se apresentava em Los Angeles no início dos anos 1970. A chance de gravar o primeiro disco, no entanto, só apareceu em 1978. Depois do êxito do single de “Boogie Oogie Oogie”, jamais repetiria a popularidade, encerrando as atividades em 1982

 

Barry White – “Just The Way You Are”

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Com seu vozeirão adocicado, Isaac Hayes era uma espécie de Isaac Hayes mais palatável, com baladas de AM. Seu estilo orquestrado fez sucesso com “You’re the First, the Last, My Everything” e “Can’t Get Enough of Your Love, Babe” e na instrumental “Love’s Theme”. Em 1979, caiu na disco com o álbum “The Man”, com espaço para a cover de “Just the Way You Are”, de Billy Joel

 

 Lipps Inc – “Funkytown”

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O  Lipps Inc representa o lado “techno”, da disco music. Na esteira da inovadora “I Feel Love”, de Donna Summer, composta por Giorgio Moroder, o grupo apontou o futuro do pop, abusando dos sintetizadores. Lançado no álbum “Mouth to Mouth”, de 1979, o “Funkytown” liderou paradas em 28 países, um recorde para a época. Encerrou atividades em 1985

 

Blondie – “Heart Of Glass”

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Cria new wave do clube CBGB, o Blondie nasceu rocker, mas seu maior sucesso foi uma música disco. Com sua levada de sintetizador e drum machine, “Heart Of Glass” é uma das melhores faixas do terceiro álgum do grupo da vocalista Debbie Harry, o inspirado “Parallel Lines” , lançado em setembro de 1978. O grupo, que se separou em 1982, voltou a tocar em 1997. Jamais veio ao Brasil

 

The Trammps – “Disco Inferno”

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Lançado em 1976, o grande hit dos Trammps só fez sucesso mesmo em 1978, depois de ser incluído na trilha de “Os Embalos de Sábado à Noite”. Como diferencial, a banda da Philadelphia trazia o voz rasgado de Jimmy Ellis, um vocalista de soul. O músico, que sofria de Alzheimer, morre em 2012. Apesar de não lançar material inédito desde os anos 1980, o grupo ainda se apresenta ocasionalmente

 

Kool & The Gang – “Celebration”

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Uma das melhores bandas da era disco, o Kool & the Gang foi formado ainda em 1964, por músicos oriundos da cena jazzística de New Jersey. Inspirado no soul e no funk, seu som foi ganhando contornos mais radiofônicos, até estourar mundialmente com “Celebration”. Apesar de incluída na trilha da novela global, que se passa em 1978, a música foi lançada em 1980.

 

Yvonne Elliman – “If I Can´t Have You”

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A atriz e cantora da Broadway Yvonne Elliman, a Maria Madalena de “Jesus Christ Superstar”, se especializou em baladas operísticas. Aos poucos, suas músicas foram ganhando arranjos mais elaborados, sempre com sabor pop. Praticamente a fórmula de um bom hit da disco music. “If I Can’t Have You” foi seu grande sucesso, um dos destaques da trilha de Os Embalos de Sábado à Noite

 

Marvin Gaye – “Let´s Get it On” e “Got to Give It Up”

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Um dos maiores talentos do soul, Marvin Gaye flertou com a disco music no final dos anos 1970. Incluída do disco ao vivo “Live at the London Palladium”, de 1977, “Got to Give It Up” foi composta após a Motown pedir ao músico para escrever alguma coisa do gênero. Em 2013, a família de Gaye entrou com um processo contra o cantor Robin Thicke, acusado de plágiar a música no hit Blurred Lines.

 

Anita Ward – “Ring My Bell”

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Hoje, quase ninguém se lembra de Anita Ward, mas ela foi uma das grandes promessas do final da década de 1970. Lançada em 1979, sua divertida “Ring My Bell” era uma das músicas preferidas das discotecas. Apesar do sucesso do primeiro disco, Anita viria a ser mais um dos “one-hit wonders” da música. Voltou à cena apenas em 2011, com o single “It’s My Night”, sem nenhuma repercussão.

Diana Ross – “Love Hangover”

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“Love Hangover” é a prova de que a gravadora Motown não tinha medo de enveredar pelo som feito para as pistas de dança. A ex-vocalista das Supremes, que descobriu Michael Jackson, teve sucesso com seu single mais cheio de disco music, “Love Hangover”, lançado em 1976. Assim como seus contemporâneos do soul Aretha Franklin e Marvin Gaye, a aproximação que fazia com o gênero era apenas um flerte, uma “rapidinha”

 

Donna Summer – “Hot Stuff”

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O hino disco “Hot Stuff” traz Donna Summer em um território que conhecia bem. Depois de pegar emprestados os sintetizadores de Giorgio Moroder, ela usou os solos de guitarra de  Jeff Baxter, ex-Doobie Brother e Steely Dan. Rainha do disco e ícone gay, Donna morreu em 2012, vítima de câncer de pulmão

 

Chic – “Dance, Dance, Dance (Yowsah, Yowsah, Yowsah)”

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Formado em Nova York em 1976, inspirado na estética de “glamour” do Roxy Music, o Chic é uma das mais executadas da disco music. Até hoje, músicas como “Le Freak”, “Good Times” e “Everybody Dance” dominam as festas retrô e as turnês recentes da banda.  “Dance, Dance, Dance”  é a primeira faixa do primeiro álbum da banda, lançado em 1977. Os backing vocals foram feitos pelo cantor Luther Vandross, músico de estúdio na época

 

 Lady Zu – “A Noite Vai Chegar”

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A rainha da disco brasileira mudou de vida em 1978, quando seu compacto “A Noite Vai Chegar” (composto por Paulinho Camargo) tornou-se um hit instantâneo nas rádios e nas doscotecados do Brasil. A música voo alto aos ser incluída na trilha da novela “Sem Lenço, Sem Documento”, da Rede Globo. Zu não lança discos desde 2002 e atualmente faz apresentações esporádicas

Fonte:  UOL

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