ROLEZINHOS & FLASH MOB: A Consciência Humana é branca e rica

Imagine a seguinte cena: você está sentado confortavelmente com sua família na praça de alimentação de um shopping, dando garfadas numa deliciosa pizza de picanha com catupiry, quando chega um bando de moleques negros e mulatos pulando e cantando músicas tribais do tipo funk. Imaginou? É como viver no paraíso, desfrutando da benção da vida eterna, e ser surpreendido por um dilúvio anunciando o apocalipse. Foi mais ou menos isso o que aconteceu e tem acontecido nos shoppings de São Paulo, um dos poucos espaços públicos seguros para o cidadão de bem. Vejamos trechos de uma reportagem da Folha:

Um fantasma rondava ontem o Shopping Internacional de Guarulhos, o fantasma do funk. O medo era de que se repetissem as cenas de pânico e correria, vistas no sábado, quando centenas de adolescentes, concentrados em uma das portarias, entoaram em uníssono uma espécie de hino de guerra, enquanto avançavam para dentro do centro de compras. (…)

Dentro do shopping lotado, decorado com miniaturas do Partenon grego, da Torre de Pisa, do Coliseu, bonecos animados de renas e Papai Noel embalavam as compras de Natal (…)

Seria um arrastão? Saque? Quebra-quebra? Helena de Assis, 55, empresária do ramo de caminhões de mudança, jurava ontem na praça de alimentação lotada ter visto jovens com revólveres. “Tem de proibir esse tipo de maloqueiro de entrar num lugar como este”, discursava entre garfadas na pizza de picanha com Catupiry.

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Na verdade, o apocalipse pintado pela empresária parece ter sido muito pior do que de fato foi, o que é bastante compreensível. Quando viu aquele mar negro correndo e cantando em dialetos horrorosos, Helena – será alguma de Manoel Carlos? – chegou a ver os adolescentes portando revólveres, apesar da PM e das câmeras internas não terem registrado nada. Mas é fácil entender o que a levou a ter essa miragem: aglomerado de jovens negros + música de favela + correria = arrastão. Esta é uma equação de bolso que acompanha todo bom pagador de imposto preocupado com a preservação da espécie e dos bons valores.

Tudo muito óbvio, mas eis que surgem os famosos “defensores de bandidos” dizendo que a polícia não registrou nenhuma queixa de furto, agressão ou depredação. Os jovens teriam organizado o encontro apenas pela bagunça, pra exercer sua adolescência, num excesso típico da idade.

Mas os defensores dos fracos e oprimidos não pararam aí. Em vez de levarem os pobrezinhos para suas casas, acusaram a imprensa de racista. Um verdadeiro absurdo. Teve até um que desafiou o bom senso e escreveu texto intitulado: “Rolezinho e a ação afirmativa contra o racismo”. Dentre outras coisas, o blogueiro afirma:

O medo, o pânico, o horror acontece não porque sejam milhares de criminosos que, pela internet, se organizem para saquear o shopping. O medo, o pânico, o horror acontece porque são negros. (…) Não à toa os eventos sejam associados ao funk: música negra, da periferia e das favelas. Se fossem adolescentes brancos ouvindo, digamos, Los Hermanos, certamente não seriam presos, por mais exaltados e briguentos fossem, ainda que a polícia eventualmente fosse chamada.

Ainda bem que o Bem existe e se manifestou nos comentários:

Insinuar que o povo de periferia que faz baderna em shopping é ladrão e estuprador, não me parece preconceito. É apenas o cidadão de bem, que muitas vezes também é de periferia, querendo se proteger de uma gente que causa medo.

Incrível como tudo vira racismo nesse país dominado pelo “politicamente correto”. Agora não se pode nem oferecer banana para um negro que o povo já corre pra denunciar racismo. Até nas estatísticas, que mostram o negro recebendo salários menores que o branco nas mesmas funções, essa gente enxerga racismo. Ou seja, querem patrulhar até a maneira como os empresários remuneram seus colaboradores.

Indignado com todo esse coitadismo artificial, fui no Youtube procurar vídeos que comprovassem os crimes praticados nos rolezinhos. Os revólveres, a depredação, os roubos e as agressões estranhamente não aparecem em nenhum. Mas os comentários racistas estão presentes em praticamente todos os vídeos e reportagens sobre o assunto, o que me deixou ressabiado:

Fosse nos EUA, eu acharia normal. Mas racismo no Brasil? Hum…não quero acusar ninguém, mas desconfio que sejam fakes criados pelo autor daquele post só pra conferir legitimidade à sua teoria absurda.

Numa das páginas de convocação dos tais rolezinhos, o evento é descrito como uma diversão para dar uma “tumultuada”, “dar uns beijos”, “conhecer novos amigos” e “tirar várias fotos”.

Mas Dona Helena e os comentaristas dos grandes portais leram: “arrastão”, “dar uns tiros”, “conhecer novas vítimas” e “fazer vários assaltos”.

Passado o pânico, voltemos todos para nossas pizzas de picanha com catupiry e esqueçamos essa gente de mau gosto.

O Flash Mob 1

O Flash Mob 2

Fonte: Yahoo

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