Sobre negros e negras e nossas carências.
Do: Mama Press
A carências masculinas do homem negro, estão aí mesmo para a gente ver.
Muitas vezes misturamos experiência pessoais com visões de mundo, e repetimos a velha cantilena machista europeia, ao dizermos, os pretos são assim, as pretas são assim e assado.
Não tenho muito a opinar sobre o comportamento das mulheres negras em geral, pois no que acompanho nestes últimos 40 anos houve um salto quântico da percepção do racismo brasileiro trazido pelas mulheres, muitas delas amigas pessoais, que buscaram nas nossas experiências práticas e aprendizados teóricos, sem preconceitos sobre quem escrevia, encontrar caminhos para TODO o Povo Negro se reconstruir na diáspora.
Quanto a nós homens, enquanto coletivo, ainda estamos engatinhando. Falta conversa de homem pra homem, seja opção sexual que tenha este homem negro.
Grilos de puberdade, se a preta se comportou assim ou assado, são coisas para se discutir com outros, homens e se for o caso com um pastor, um pai de santo ou um psicólogo ou um preto mais velho.
Lamentos machistas, cansam, ofendem e fecham portas.
Numa sociedade em que tanto a mulher negra quanto o homem negro estão sem pai. Está na hora de construirmos os pais coletivos (griots) que ajudem os homens negros a sairem da prisão de seus próprios preconceitos, que foram incutidos a ferro e fogo pela supremacia branca.
Neuza Santos, Lelia Gonzalez, Maria Beatriz Nascimento, são boas dicas para pensar agora no virtual, o que vivemos na real.
Abdias Nascimento, Guerreiro Ramos, Joel Rufino, Cuti e porque não dizer, Machado de Assis e Lima Barreto, são leituras que podem ajudar muito a nós homens pretos nascidos nesta terra, a nos compreendermos e sairmos da fase da autopiedade e lamentos.
Temos que enfrentar de frente o genocídio praticado contra os nossos filhos negros! Está engasgando esta situação de mortandade cacavalar. Engasgo provoca infarte e AVC, no mínimo pressão alta.