O professor universitário Rolf Malungo, nos enviou via Sos Racismo Brasil, uma indignada mensagem sobre a propaganda de produtos com viés racistas, que supostamente homenageariam o mês da Consciência Negra, publicada na revista de domingo, de O Globo no dia 23 de novembro de 2014.
Por Marcos Romão no Mamapress
Numa editoria de publicidade denominada, “Achados Imperdíveis”, Alice Autran e Cinthia Branco, com fotos de Daniela Dacorso, publicam seus achados em diversas lojas do Rio de Janeiro.
Entre vários produtos “étnicos”, que incluem inclusive um livro sobre Nelson Mandela. As autoras da escolha, sensíveis como “focas” fazendo acrobacias em lojas de porcelana, escolheram o que viram e espero, o que não viram:
Numas das figuras vemos um homem negro vestido com uma tanga, um cajado e uma bandeja na mão com uma placa numerada pendurada no torso nu. Menos mau, 19 é o número do pavão e não o do macaco.
Seria afinal muita coincidência nesta teia de desacertos da escolha de presentes preconceituosos, afinal a loja que oferece esta “peça”, chama-se “Mercado da Casa”;
Já na outra imagem, as autoras da seleção, abusaram na escolha ofensiva, ao escolherem uma figura de uma loja que se chama “Etna”.
Temos um tapete, ou como diz na propaganda, um “capacho”, com a figura de um homem negro, provavelmente pertencente aos Black Panthers, pelos seus oculos escuros e cabelos eriçados que apresenta.
Agora os síndicos de prédios que por acaso detestem negros, e se veem forçados a viajar com eles nos elevadores, por conta da lei que desde 1989 proíbe que empregadas, serviçais e outros negros sejam impedidos de entrarem no elevador social, poderão agora ordenar, que seus zeladores coloquem tapetes com a figura dos odiados negros no piso dos prédios, pois assim terão que pisar na própria imagem ao utilizarem os elevadores sociais, ou penetrarem nos sacrossantos espaços dos brancos do Brasil.
Não será racismo, só uma vingacinha contra aquela empregada atrevida.
Difícil para nós da Mamapress e do Sos Racismo Brasil, sabermos contra quem iremos protestar nesta cadeia comercial de racismo.
1- Contra quem fez o tapete, com a figura de um negro como capacho?
2- As autoras do artigo publicado?
3- A editora da revista que publicou as ofensas?
4- Ou é o caso de denunciar a formação de quadrilha?
Complicado atacar o racismo sutil como um elefante neste nosso país, que não perde um dia no mês da Consciência Negra, para nos alertar que devemos voltar para o lugar de onde viemos, se não quisermos nos ver ofertados com placas numeradas nos mercados e pisando nos capachos com a nossa cara.
Em sua mensagem Rolf Malungo convoca as pessoas a protestarem como ele memo o fez;
Este anúncio saiu hoje no suplemento da revista de Domingo do O Globo
Vejam o produto que está anunciado em um dia onde os produtos “homenageiam” os Dia da Consciência Negra…
Este capacho está sendo vendido na Etna
Até quando vamos ter que conviver com este tipo de esculacho?
Entrei no site e enviei um e-mail demonstrando meu descontentamento, faça o mesmo. clique aqui
