Um pequeno passeio pelas tribos do berço da humanidade

África é o segundo continente do mundo por extensão territorial e dali originaram as espécies de hominídeos e antropóides que deram lugar aos seres humanos e que se espalharam pelo resto do mundo há cerca de 190.000 anos. O continente onde nasceu a atual humanidade contém uma apreciável riqueza cultural procedente de mais de 3.000 grupos étnicos diferentes e este post faz um pequeno percurso – acho que vão gostar muito- pelas tribos e povoados que mais impactaram o ótimo fotógrafo Eric Lafforgue.

por Eric Lafforgue no Metamorfose Digital

 

 

A imaginação é muito poderosa na tribo Mursi.povos_africa_01

Ao redor dos pescoços das mulheres casadas, da tribo Hamer, podem ser vistos estes colares de ferro forrados em couro, presentes de compromisso, que devem ser usados durante toda a vida e indicam a riqueza de seu marido. Este colar só pode ser usado pela primeira esposa e seu status é o maior entre as esposas Hamer. O restante das esposas vivem uma vida muito dura já que sobre elas recai quase toda a carga de trabalho.

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Jovens Himba, Namibia.

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Garota Surma com os lóbulos perfurados. As mulheres das tribos Surma perfuram os lóbulos de suas orelhas e que são alargados com todo o tipo de coisas que encontram. Quando já estão preparadas para o casamento fazem um buraco no lábio para começar também a alargá-lo.

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Os dinka são uma tribo originária do Sudão do Sul que vivem desde o século X na orla do rio Nilo e estão divididos em 21 grupos, cada um com seu próprio líder. São polígamos, ainda que há muitos homens que só têm uma esposa. Tradicionalmente, os dinka usam pouca roupa, sendo normal que um homem adulto ande totalmente nu, salvo seus colares ao redor do pescoço. As mulheres usam só uma pele de cabra na cintura. Os homens que se dedicam ao pastoreio, se untam com cinza de esterco de vaca para afugentar os mosquitos. É fácil ver homens, especialmente entre os jovens, com o cabelo tingido de vermelho, para o qual utilizam urina de vaca, enquanto as mulheres se raspam a cabeça e as sobrancelhas, deixando apenas um tufo de cabelo no cocuruto.

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Mulher Bana com sua cabaça na cabeça. Os Bana utilizam a cabaça para beber e é muito normal que a lavem com urina de vaca, motivo pelo qual o cheiro não costuma ser muito agradável. Costumam carregar a casaca de abóbora d’água na cabeça em suas deslocações.

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Mulher da tribo Turkana, Quênia. A tribo Turkana habita os territórios áridos do norte do Quênia, na fronteira com o Sudão. São pastores nômades adaptados a uma área quase totalmente desértica e estão divididos em 28 clãs associados a cada um deles. Os Turkana são polígamos, mas o alta dote do casamento (30 a 50 cabeças de gado, 30 a 50 camelos ou 100 a 200 bezerros) faz com que, com freqüência, um homem não possa fazê-lo até que não tenha herdado a criação de gado de seu pai ao morrer.
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Mãe Himba enfeitando sua filha para o casamento.

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O laço eterno dos Dinka com a natureza.

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Esta mulher da tribo Mwila em Hale mostra-se protetora com seu filho albino. As mulheres da tribo Mwila são famosas por seus penteados que são muito significativos em sua cultura. As mulheres têm o costume de untar o cabelo com uma massa de cor vermelha, chamada oncula, que é feita com uma mistura de um tipo de pedra vermelha triturada, óleo, casca de árvore triturada, esterco seco de vaca e ervas. Ademais enfeitam seu penteado com pérolas, conchas de cauri e até alimentos seca. As mulheres Mwila também são famosas por seus colares, e para cada período de sua vida lhe corresponde um tipo específico de colar. As meninas usam colares de cor vermelha fabricadas com grãos cobertos de uma mistura especial de terra. A partir da adolescência usam colares de cor amarela chamados Vikeka, e feitos com vime cobertos de terra que mantêm até seu casamento. Nunca tiram seus colares e dormem com eles.

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Jovem Himba dançando, Angola. A tribo Himba vive na Namibia e no sul de Angola, e cruzam as fronteiras sem nenhum tipo de visto. Em Angola, a maioria deles vivem em zonas remotas, em pequenos povoados longe das cidades e sem contato com a civilização.

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Mulher Hamer chicoteada, Etiópia. Os Hamer são uma tribo dedicada principalmente ao pastoreio e a retirada de mel, que vive no lado oriental do vale do Omo no sul da Etiópia. Cada pessoa tem três nomes: o de um ser humano, uma cabra e um nome de vaca. Só para ter uma ideia da importância que tem o gado para eles, dizem que têm pelo menos 27 palavras para definir as sutis variações de cores e texturas de um animal. As garotas Hamer agem como homens para demonstrar que não temem nada. Durante uma de suas festas mais importantes, na cerimônia do salto do touro quando os jovens casadoiros escolhem suas parceiras, as garotas Hamer, para demonstrar que são fortes e devem ser escolhidas, se fazem açoitar e se açoitam elas mesmas nas costas até produzir grandes lacerações. Quanto mais cicatrizes têm nas costas, maior é seu status.
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Cerimônia do salto do touro, tribo Hamer.

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Menina da tribo Mundimba no interior de uma gigantesca cesta, Angola. Estas cestas gigantes são utilizadas para guardar os grãos da tribo Mundimba, no sul de Angola. A menina em seu interior está com uma cabra que saltou para dormir ali dentro.

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Ana, uma jovem do povoado Hana. Ela se chama Ana, vive em Hana, um enclave Mursi no vale do Omo, na Etiópia. As escarificações foram feitas quando completou 14 anos e desde o ano passado converteu-se ao cristianismo, por isso carrega a cruz no pescoço. Seu povoado tem apenas 300 pessoas, e esta foto foi feita bem na entrada de sua casa.

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Jovem da tribo Surma, Etiópia. Uma jovem da tribo Surma é considerada formosa se tiver um grande disco nos lábios e se seu corpo estiver coberto de escarificações que são feitas com espinhos de acácia e às vezes com lâminas de barbear. A deformação dos lábios são uma parte importante da cultura Surma. O tamanho dos discos nos lábios das mulheres determina a quantidade de gado que as jovens receberão como dote ao se casar. Às vezes o lábio rompe-se pela pressão e este é um grande problema para a jovem, porque os homens consideram-no muito feio, e ela que não conseguirá se casar com ninguém da tribo, a não ser com idosos ou com pessoas doentes.

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Guerreiro Surma com escarificações por todo o corpo, Etiópia. Os homens, assim como as mulheres, da tribo Surma também fazem escarificações por todo o corpo. Se é um sinal de beleza para as mulheres, para os homens é uma representação das lutas que realizou.

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Cultura: fotógrafa da Costa do Marfim faz exibição sobre a tradição da escarificação

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