13 lições de diversidade que os quadrinhos de super-heróis deram em 2015

Amy Reeder

A diversidade nunca esteve tão em alta no meio dos quadrinhos de super-heróis.

Por Caio Delcolli, do Brasil Post 

Marvel e DC Comics, as principais editoras de super-heróis, são conhecidas por criar personagens que pertencem a minorias em representatividade, como pessoas LGBT, mulheres e negros.

No entanto, hoje elas estão em seu ápice para incorporar a diversidade da vida real às suas histórias. E o ano de 2015 foi excepcional nesse sentido.

O Homem de Gelo, um dos membros fundadores dos X-Men, se assumiu como gay. Uma capa em que a Batgirl é vítima de violência – em uma cena sinistra – foi cancelada e gerou um pedido de desculpas. Um cientista coreano genial é o novoHulk.

Estes são alguns exemplos de como os quadrinhos de super-heróis estão atuais e criativos como nunca. Abaixo, você encontra mais alguns:

 

Mulher-Aranha grávida de oito meses
Javier Rodriguez
Javier Rodriguez
Em novembro deste ano, a super-heroína da Marvel, grávida de oito meses, estreou sua própria revista. Jessica Drew, alter ego da personagem, sabe quem é o pai, mas prefere não dizer o nome dele – ela não se sente na obrigação de fazer isso.

 

O novo Hulk tem origem coreana
Frank Cho
O cientista Amadeus Cho, americano de origem coreana, é o novo homem que será o “Golias verde” – apelido dele nos quadrinhos – da Marvel. Ele é a sétima pessoa mais inteligente do mundo e tem comportamento impulsivo. Ao contrário de Bruce Banner, ser o Hulk é motivo de deleite para Cho. O novo gibi, The Totally Awesome Hulk (“o totalmente incrível Hulk”, em português), estreou em dezembro.

 

Moon Girl: negra, pré-adolescente e genial
Amy Reeder
Esta é a protagonista de Moon Girl and Devil Dinosaur (“garota lunar e o Dinossauro Demônio”), nas bancas desde novembro. Lunella Lafayette tem 13 anos, é amiga do Dinossauro Demônio e tem a ambição de estudar nas melhores instituições de ensino dos Estados Unidos. O DNA alienígena que a garota tem a faz se sentir deslocada, mas ela não quer deixar isso atrapalhar sua vida. A amizade de Moon Girl e seu amigo é a essência das histórias. Boa, Marvel!

 

Mulher-Gato finalmente fora do armário
Reprodução/DC Comics
Após muitos anos de especulações, em 2015, a personagem do universo do Batman finalmente saiu do armário como bissexual. Presente nos quadrinhos da DC desde 1940 – e em diversas obras derivadas, como filmes, séries de TV e games – a orientação sexual agora confirmada da Mulher-Gato valerá para sempre. Ou seja, não estamos falando de mais daquelas histórias ambientadas em universos paralelos “onde tudo pode acontecer”, mas da versão definitiva da personagem.

 

5  Esta capa machista foi cancelada
Reprodução/DC Comics/Rafael Albuquerque
O artista responsável pela ilustração é o brasileiro Rafael Albuquerque, e ela foi feita para uma série especial de capas para comemorar os 75 anos do Coringa, vilão da DC. Trata-se de uma referência a um acontecimento icônico dos quadrinhos: na história A Piada Mortal (1988), o Coringa invade a casa da Batgirl e a deixa paraplégica com um tiro. A capa foi feita para Batgirl #41, mas não chegou a ser publicada, pois causou furor nas redes sociais. Mais uma vez, os quadrinhos estavam sendo machistas para retratar mulheres. Albuquerque e a DC decidiram não lançar a capa, além de o autor ter reconhecido o erro e pedido desculpas. Violência contra a mulher? Não passará.

 

Um supergrupo de mulheres contra o nazismo

 

DC Comics
Antes uma coleção de estátuas, as Bombshells ganharam uma série de quadrinhos só para elas. Ambientada em uma realidade paralela, o supergrupo combate o nazismo durante a II Guerra Mundial. São a Mulher-Maravilha, Batgirl e Supergirl. Elas se tornam famosas e são críticas sobre como a imagem delas é usada.

 

O Thor? Não, “a” Thor
Marvel
Divulgada em fevereiro como a nova pessoa a assumir o posto de Thor – ou seja, digna de levantar o martelo Mjölnir –, a estreia da super-heroína serviu para ressaltar, também, o interesse da Marvel em aumentar seu público e atrair mais mulheres para lerem seus gibis. O resultado? Sucesso – superou sua versão masculina nas vendas, além de podermos considerá-la um sucesso de vendas de maneira geral. Em maio, a identidade de Thor foi anunciada pela editora: ela é Jane Foster, coadjuvante de décadas nas histórias do herói. Ambos já foram um casal.

 

A-Force: as mulheres dos Vingadores em um grupo só
Marvel
Quinze das mulheres que já fizeram parte dos Vingadores – como Mulher-Hulk, Viúva Negra e Vespa – se unem, pela primeira vez, no grupo A-Force, cujas revistas estão nas bancas desde maio de 2015. Elas protegem o planeta matriarcal (sim, matriarcal) Battleword (“mundo da batalha”).

 

Homenagem a discos de hip hop em capas da Marvel
Marvel
Em julho deste ano, a Marvel prestou homenagem a discos clássicos do hip hop em criativas interpretações feitas em capas de suas revistas. A heroína Ms. Marvel – hoje posto da paquistanesa-americana Kamala Khan – “encarnou” a rapper negra Lauryn Hill na capa de The Miseducation of Lauryn Hill (1998). Uau.

 

10 Vigilante que usa o Grindr para achar parceiros
DC Comics
O vigilante Midnighter, da DC, protagoniza o primeiro quadrinho mainstream focado exclusivamente em um homem gay, nas bancas desde junho deste ano. Ele está contente com a orientação sexual que tem, está solteiro e usa o Grindr, famoso aplicativo de relacionamentos gay, para encontrar parceiros. Mas o site I4U avaliouo personagem como alguém que aprende a se amar pela dor. Midnighter entrou na lista de Vulture dos dez melhores gibis de 2015.

 

11 Aceitar a si mesmo, como mutante e gay
Marvel
Em All-New X-Men, recente série dos mutantes da Marvel, o jovem Homem de Gelo viaja no tempo e encontra sua versão adulta do futuro. Na edição 40, lançada em abril de 2015, o herói adolescente se identificou como gay. A novidade deixou o meio dos quadrinhos agitado. Curioso a respeito de sua versão adulta, na revista Uncanny X-Men #600, o personagem pergunta para confirmar se o mais velho também é. Em uma cena delicada, o Homem de Gelo adulto diz para sua versão jovem: “Você vai ser mutante e gay. Uau. Como você pode estar mais tranquilo que eu?”. Até o momento, o x-man era visto como heterossexual, mas nunca tinha assumido qualquer identidade.

 

12 De coadjuvante a rock star
DC Comics
Desde que chegou às bancas em junho, a Canário Negro – figura conhecida para fãs dos quadrinhos da DC – lidera uma banda de rock. E os fãs adoraram a novidade. A série Black Canary tem bastante ação e mistérios protagonizados pela heroína – e conseguiu fazer da personagem mais que uma frequente coadjuvante de sempre em outros títulos da editora.

 

13 Um casal de supervilãs
Reprodução/DC Comics
As duas vilãs Arlequina e Hera Venenosa, da DC Comics, conhecidas por fazerem parte do universo Batman, sempre deixaram os leitores com a dúvida: elas são ou não são um casal? Em junho, durante uma conversa no Twitter, os roteiristas da revista Harley Quinn confirmaram: sim, elas são.
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