20 de julho de 1925 nascia Frantz Fanon

FONTEPor Deivison Mendes Faustino, do GGN
Frantz Fanon, Psiquiatra e militante escreveu uma das obras mais importantes sobre o racismo, traduzido em português como "Pele Negra, Máscaras Brancas" (Foto: Imagem retirada do site Brasil de Fato)

Autor de Pele Negra, Mascaras Brancas e Os Condenados da Terra, Frantz Fanon, nasceu em 20 de julho de 1925. O epistemicídio acadêmico não permite “ainda” que estudantes das ciências da saúde conheça as contribuições de Fanon na Saúde Mental e na Reforma Psiquiátrica  

 Aos 20 de julho de 1925 nascia Frantz Fanon, um dos pensadores pretos mais importantes do século XX.Nasceu em Forte de France, Martinica (território francês de Ultramar) em 1925 no seio de uma família de classe média. Em 1944 se alistou no exercito francês para lutar contra a invasão alemã ocorrida durante a II Guerra Mundial e posteriormente seguiu para Lyon para estudar medicina e psiquiatria. 

Em 1950 Fanon escreveu uma tese doutorado em psiquiatria discutindo os efeitos psíquicos do racismo colonial. Entretanto, a tese foi rejeitada por confrontar as correntes positivistas então hegemônicas em sua área de estudos. Escreve então uma segunda tese de doutorado no ano seguinte nomeada: Troubles mentaux et syndromes psychiatriques dans l’hérédo-dégénération-spino-cérébelleuse: Um cas de maladie de Friereich avec délire de possession . 

Em 1951 Fanon conheceu o psiquiatra marxista Dr Tosquelles, o qual se torna amigo e discípulo. Alguns anos depois, este psiquiatra seria conhecido como um dos pilares do Movimento de Reforma Psiquiátrica (GEISMAR, 1972:73). Em 1952 Fanon participou de diversos debates universitários e seminários onde entrou em contato com renomados pensadores franceses. Neste mesmo ano, publicou uma série de ensaios sobre a situação do negro na França e escreveu um drama sobre os trabalhadores de Lyon . Posteriormente, ainda com 27 anos de idade, revisou o texto que utilizara em sua primeira tese rejeitada e o publicou com o título: Peau noir, masques blancs , livro que com o advento da viragem pós-colonial na década de 80 marcaria definitivamente a história dos estudos sobre o racismo. 

O ano de 1956 foi marcado por seu casamento e a posterior mudança para a Argélia por motivos profissionais. Segundo Oto (2003) estes momento foi fundamental para Fanon compreender os impactos do colonialismo na estrutura psíquica humana. Neste ano o autor presencia o nascimento da revolução nacionalista na Argélia e a violenta repressão francesa que daí resulta. Neste contexto, em meio às contradições de toda ordem que se agudizavam, Fanon renuncia ao seu cargo no Hospital psiquiátrico para se filiar à Front de Liberation Nationale – FLN onde contribuirá ativamente como escritor do jornal El Moudjahid, na Tunísia.

Os anos seguintes foram marcados por intensa agitação política e participação em fóruns internacionais dos movimentos de libertação no continente africano. Em 1959 publica L’an V de la Révolution Algérienne , que também ficou conhecido como Sociologia de uma revolução pois, como um etnógrafo, retrata de maneira sistemática o desenrolar da revolução anticolonialista da Argélia. 
Em 1961, aos 36 anos e num contexto de intensas atividades políticas, Fanon foi diagnosticado com leucemia descobrindo, portanto, que lhe restava pouco tempo de vida. Inicia então uma corrida contra o tempo para escrever o seu último livro: Les dammés de la terre. Antes da publicação do livro, Fanon encontrou-se com J. P. Sartre e S. Beauvoir para discutir a luta anticolonial e encomendar a Sartre o prefacio de seu futuro livro. Fanon chega a viver para ver uma versão impressa do livro, mas morre logo em seguida em 6 de Dezembro do mesmo ano. 
Foto em destaque: Imagem retirada do site Brasil de Fato
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