8 de março: os desafios por justiça racial e de gênero

FONTEPor Maria Sylvia

Ao refletirmos sobre a situação das mulheres negras na sociedade brasileira, torna-se evidente que, apesar de alguns avanços na pauta racial, pouco tem sido feito para reverter as diversas violações que elas vivenciam. Neste Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, não encontramos motivos para comemorar.

A violência de gênero, em suas diversas formas, impacta de maneira avassaladora a vida de meninas e mulheres negras. O racismo sistêmico atua como um catalisador das desigualdades, expondo essa parcela da população a um alto grau de vulnerabilidade.

Um exemplo dessa realidade é a incidência desproporcional de violência e feminicídio entre as mulheres negras. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2022, dos 74.930 casos de estupro registrados, 88,7% das vítimas eram mulheres, sendo 56,8% delas negras. Para o ano de 2023 o levantamento do FBSP apresenta que 61,1% das vítimas de feminicídio foram mulheres negras.

O Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, reconhecendo-a como um direito humano fundamental. Contudo, os dados acima demonstram que esse ideal está longe de ser uma realidade, e elas seguem em desvantagem em termos de oportunidades e qualidade de vida.

Neste contexto, Geledés – Instituto da Mulher Negra destaca a importância do Dia 8 de março para refletir sobre a emancipação econômica e financeira das mulheres negras como um passo crucial para alcançar a igualdade de gênero, sendo também um desafio o envolvimento das instituições nesse debate sobre a urgência de implementar medidas eficazes para promover a justiça racial.

Portanto, é imperativo que o setor público e o privado, assim como as agências bilaterais assumam o compromisso  com a implementação de políticas de ação afirmativa que promovam a justiça racial e de gênero.

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