8 jornalistas negras que você precisa conhecer

Neste dia de luta da população negra brasileira, lembramos oito jornalistas, seis delas brasileiras e duas afro-americanas, que fizeram ou fazem história no Jornalismo, e que precisam ser conhecidas e acompanhadas. A representatividade da mulher negra no Jornalismo brasileiro ainda é pequena – 23% dos jornalistas são negros e negras, embora não haja um recorte de quantas negras atuam como profissionais de imprensa (Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas/Universidade Federal de Santa Catarina, 2013). No que se refere às pautas, ainda falta um viés racial aprofundado, principalmente quando se tratam de mulheres negras, como já escrevemos aqui: http://on.fb.me/1l9Q1Xo

Do Coletivo de Jornalistas Feministas Nísia Floresta

Confira:

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LUCIANA BARRETO – Repórter e âncora do Repórter Brasil, na TV Brasil. Formada pela PUC-Rio, trabalhou em veículos como GNT, Futura, Band News e TV Bandeirantes. Ganhou o Prêmio Nacional de Jornalismo Abdias do Nascimento em 2012 pelo programa “Caminhos da Reportagem – Negros no Brasil: brilho e invisibilidade”. Defensora dos direitos humanos e conhecida por seu ativismo negro, como é possível ver por essa excelente entrevista sobre racismo e representatividade de negros e negras na TV:http://bit.ly/1zpnKgN

IDA B. WELLS – Dona de uma biografia extraordinária, Ida foi uma militante sufragista e abolicionista que viveu entre 1862 e 1931 nos EUA. Em Memphis, foi sócia e editora de dois jornais da comunidade negra, The Free Speech e Headlight. Em 1892, após o linchamento de três homens negros, Ida viajou pelo sul coletando histórias de negros que haviam sido linchados para uma série de reportagens, o que lhe rendeu o título de uma das pioneiras do jornalismo investigativo e da grande reportagem. Leia mais sobre ela aqui:http://bit.ly/1I4jur3

DULCINEIA NOVAES – Uma das mais conhecidas e prestigiadas jornalistas do Paraná, Dulcineia formou-se em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina e começou a carreira na Folha de Londrina, em 1978. Em 1981, começou a trabalhar como repórter da Rede Paranaense de Comunicação, filiada à Rede Globo. Faz reportagens para o Estado do Paraná e para jornais de nível nacional e também é professora. Sua representatividade na TV paranaense como mulher negra lhe rendeu prêmios como o Troféu Raça Negra de Jornalismo, em 2011.

GLORIA MARIA – A primeira repórter negra da TV brasileira. Isso já diz muito sobre a representatividade de Glória Maria para as mulheres negras, ainda sub-representadas na TV. Filha de um alfaiate e de uma dona de casa, trabalhou como telefonista para pagar a faculdade de Jornalismo na PUC-Rio e trabalhou para a Globo sem receber durante um ano antes de ser contratada. Primeira repórter a aparecer ao-vivo no Jornal Nacional e ao-vivo na TV a cores, em 1977. Saiba mais sobre ela aqui: http://on.fb.me/1jbwKUg

MARIA JULIA COUTINHO – Primeira repórter negra a apresentar a previsão do tempo no Jornal Nacional, Maju, como é conhecida, foi e continua sendo alvo de machismo e racismo extremos nas redes sociais. Respondeu ao ódio com um trabalho impecável, apresentando o jornal de forma descontraída e se tornando marcante à frente do quadro com pouco tempo de atuação. Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, também trabalhou na TV Cultura.

JARID ARRAES – Jornalista, colunista da Revista Fórum, escritora, cordelista e ativista do movimento negro e feminista, Jarid é autora de um dos espaços feministas mais lidos da internet, o Questão de Gênero. Em suas colunas, trata de assunto que vão do aborto e do racismo o à gordofobia, trabalho doméstico e lesbofobia. É autora do livro “As lendas de Dandara”, que busca divulgar a luta e a história de Dandara de Palmares.

JOYCE RIBEIRO – Com vasta experiência na TV, onde atua desde 1998, Joyce trabalhou em emissoras como a Boa Vontade TV, RIT, Record e agora SBT. É formada em Jornalismo pela FIAM e pós-graduada em jornalismo econômico e político pela PUC- SP. Assim como a colega Maju, também já foi alvo de injúrias racistas nas redes sociais, embora seu caso não tenha tido tanta repercussão. Hoje apresenta o SBT Manhã e eventualmente está na bancada do SBT Brasil.

ETHEL PAYNE – Conhecida como “A primeira-dama do jornalismo negro” norte-americano, Ethel uniu o Jornalismo com o ativismo político cobrindo a luta pelos direitos civis da população negra nos EUA dos anos 50 e 60, e foi também correspondente internacional. Era conhecida por suas perguntas implacáveis, quando da vez em que perguntou ao presidente Dwight D. Eisenhower, furiosa, quando ele iria banir a segregação em viagens interestaduais. A resposta do presidente de que não iria apoiar interesses “especiais” virou manchete e colocou a questão racial na ordem do dia no país.

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