9 produções incríveis com mulheres negras atrás das câmeras

Embora a indústria do cinema tenha mudado nos anos recentes, muitas minorias seguem tendo pouco espaço para criar, em especial mulheres negras. Por isso, escolhemos algumas produções incríveis dirigidas e escritas por elas.

FONTEAdoroCinema, por Gabriel Magarão
CSA Images/Getty Images

Nos últimos anos, é possível perceber um aumento significativo do espaço para mulheres no audiovisual. Cineastas femininas têm ganhado cada vez mais destaque e reconhecimento por suas obras, ajudando a reformular a maneira como histórias são contadas no cinema. Por isso, temos grandes exemplos de ótimas produções dirigidas por mulheres.

Recentemente, presenciamos um momento histórico no Oscar quando Chloe Zhao se tornou a segunda mulher a levar para casa a estatueta de melhor diretora, vitória que se torna ainda mais significativa considerando que ela é uma mulher não-branca. Na premiação seguinte, outra mulher também levou para casa a estatueta, Jane Campion por Ataque dos Cães, provando assim que, mesmo a passos lentos, a indústria do cinema vem mudando.

Mas para mulheres racializadas, em especial as negras, a discriminação ainda é grande, e conseguir espaço para desenvolver suas obras continua um desafio diário. Mesmo com alguns bons exemplos de protagonismo feminino negro no cinema, ainda é difícil encontrar mulheres pretas atrás das câmeras conduzindo grandes produções. Pensando nisso, o AdoroCinema escolheu 9 produções incríveis com mulheres negras atrás das câmeras.

LOVECRAFT COUNTRY

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Umas das produções de terror mais populares dos últimos anos, Lovecraft Country utiliza o universo baseado nas obras de H.P. Lovecraft para trazer uma discussão importante sobre racismo nos Estados Unidos. A série subverte a criação de um autor extremamente racista (sim, Lovecraft tinha posicionamentos explicitamente racistas) para explorar várias questões complexas sobre raça e gênero enquanto entrega ao público uma história aterrorizante, dentro e fora de nossa realidade

SELMA: UMA LUTA PELA IGUALDADE

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Dirigida por Ava Duvernay, o filme traz um recorte histórico de um dos protestos mais importantes da história norte-americana. Em 1965, Martin Luther King Jr. (David Oyelowo) e vários outros ativistas pelos direitos civis marcharam da cidade de Selma até Montgomery em protesto ao boicote que pessoas negras sofriam durante o período eleitoral, sendo impedidas de votar.

O filme de Duvernay apresenta como os líderes dos movimentos negros sofreram até finalmente conseguir alcançar alguns direitos básicos e como o governo dos Estados Unidos agia ativamente contra a ascensão da população negra.

A LENDA DE CANDYMAN

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Continuação direta do filme de 1992, A Lenda de Candyman expande a mitologia do personagem-título enquanto atualiza os temas para os dias de hoje. A trama segue o artista Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II), o bebê abduzido pelo vilão no filme original, enquanto ele desvenda os mistérios por trás de Cabrini-Green, o complexo habitacional onde viveu com a mãe na infância. Ele descobre sobre a lenda de Candyman e, aos poucos, começa a perder seu senso do que é real ou fantasia.

POSE

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Embora tenha sido criada por três homens cis, Pose tem um grande time de mulheres negras e transgênero por trás das câmeras. A série fez história ao representar essa parte tão invisibilizada da comunidade LGBTQ+, apresentando a vivência de mulheres trans negras e todo preconceito que enfrentam dentro e fora da comunidade.

Protagonizada por M.J. Rodriguez, a trama acompanha Blanca, uma jovem trans negra de descendência latina tentando conquistar uma vida estável e digna em Nova Iorque. Ao se deparar com tantas injustiças, ela decide servir de figura materna para outros jovens LGBTQ+ que, assim como ela, foram negados pela família.

UM DIA COM JERUSA

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Protagonizado por Léa Garcia e Débora Marçal, a trama acompanha Silvia, uma mulher que trabalha com pesquisa de consumidor buscando a opinião de moradores sobre uma marca de sabão. Um dia, ela bate na porta de Jerusa, uma idosa com diversas experiências de vida. Ao começar um diálogo com a senhora, ela recebe respostas nada convencionais que a fazem repensar várias questões sobre a sua vida.

I MAY DESTROY YOU

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Da mesma autora da aclamada comédia Chewing Gum, Michaela Coel, I May Destroy You acompanha Arabella, uma jovem escritora britânica tentando terminar um livro. Durante um encontro em um bar com amigos, ela passa por uma experiência traumática ao ser vítima de violência sexual. A série explora a repercussão de uma agressão tão grave na vida de mulheres sobreviventes de estupro e através de sua protagonista traz questões pouco vistas sobre a vivência de mulheres pretas.

P-VALLEY

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Baseado na peça escrita pela própria criadora, Katori Hall, P-Valley acompanha um grupo de strippers tentando ganhar a vida em uma pequena cidade do Mississipi. A trama segue Mercedes (Brandee Evans), uma stripper com anos de experiência tentando juntar dinheiro para abrir uma academia de dança. 

O drama traz personagens complexas com atitudes e personalidades extremamente humanos, assim ajudando a desconstruir diversos estereótipos sobre mulheres que trabalham em casas noturnas. A série também debate diversos temas relevantes como identidade de gênero, violência doméstica e sororidade.

INSECURE

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Criado e protagonizado por Issa Rae, Insecure acompanha o cotidiano das amigas Issa e Molly (Yvonne Orji), duas mulheres negras tentando conciliar suas vidas pessoais com o sonho de uma carreira bem-sucedida. A série explora as inseguranças do início da vida adulta pela perspectiva de duas mulheres pretas. A cada temporada, a série ajuda a ampliar a visão que o público tem sobre a vivência feminina negra e traz um diálogo sobre questões importantes como a solidão da mulher negra.

ATLANTIQUE

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A diretora Mati Diop se tornou a primeira mulher negra com um filme indicado à Palma de Ouro em Cannes ao lançar seu aclamado drama Atlantique. Ambientado no Senegal, o filme acompanha Ada, uma adolescente apaixonada por Souleiman. Os dois vivem um romance intenso, mas Ada está prometida para outro homem. Além de não poder viver esse amor, Ada sofre ainda mais quando descobre que Souleiman morreu em alto mar durante um trabalho. Mas o espirito dos jovens mortos durante a viagem pelo atlântico voltam para exigir justiça, possuindo o corpo de suas namoradas.

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