A intensidade da pandemia que o Brasil (quase) não contabiliza

FONTEPor Jorge Galindo e Naiara Galarraga Gortázar, do El País
Coveiros carregam o caixão de Antonia Rodrigues, vítima do coronavírus no Rio.(FOTO: RICARDO MORAES / REUTERS)

Dois meses depois do início das primeiras quarentenas no Brasil, políticos, autoridades da saúde e pesquisadores se movem em grande medida às cegas. As semanas de vantagem que a América Latina teve em relação à Ásia e a Europa parecem desperdiçadas. Os testes para detectar o coronavírus que, em meados de março, autoridades, cientistas e analistas diziam ser cruciais para isolar os doentes e minimizar os danos à saúde e à economia, nunca chegaram na quantidade necessária.

Os exames feitos pelo país mais afetado —e o mais populoso— da América Latina são tão poucos que se desconhece a magnitude da epidemia. Há um balanço oficial: quase 18.000 mortes entre os 271.000 casos registrados até esta terça-feira. Mas há também um consenso de que essa é uma cifra bastante subestimada. Ainda assim, o Brasil é o país mais afetado do continente depois dos EUA.

EL PAÍS estimou que apenas um em cada 20 casos é notificado. Ou seja, o mais provável é que o número de infectados no Brasil chegue a 3,7 milhões de pessoas. Esse é o número obtido quando se aplica o método de um grupo de matemáticos e epidemiologistas da London School of Hygiene and Tropical para calcular a subnotificação.

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