Acúmulo de funções e falta de registro: domésticas relatam dificuldades para conseguir direitos básicos

O Profissão Repórter desta terça (18) mostrou por que a luta das empregadas domésticas continua, mesmo após 10 anos da PEC das Domésticas. A equipe conheceu a história de várias mulheres que estão em busca de direitos trabalhistas em Salvador, Bahia.

FONTEProfissão Repórter
Ilustração de Linoca Souza - Linoca Souza- 26.mar.21/Folhapress

Dez anos depois da PEC das Domésticas, trabalhadoras do setor em todo o país ainda lutam por direitos básicos. Em Salvador, a equipe conversou várias mulheres em uma fila no Sindicato das Domésticas da Bahia e acompanhou os atendimentos jurídicos gratuitos por uma semana. Nessas reuniões, elas relatam acúmulo de funções e falta de registro.

Uma das atendidas pelo sindicato, Marisônia Lima, de 50 anos, conta que começou a trabalhar aos 17 anos. Ela foi ao Sindoméstico para tirar dúvidas sobre seus direitos.

“Ela [patroa] não assinou a minha carteira. Pedia a carteira, e não assinava”, contou.

Assim como Nilcéia, Lucineide também fazia de tudo no trabalho.

“Fazia tudo. Lavava, passava, cozinhava, cuidava da menina. Tudo”, contou.

Ela diz se orgulhar do trabalho, apesar de todas as dificuldades enfrentadas durante a vida: “Não é uma coisa do outro mundo. É um trabalho digno, eu tenho orgulho de estar ali, sabe? Eu tenho orgulho”.

A repórter Sara Pavani acompanhou Lucineide e o advogado do sindicato no dia da audiência – que acabou sendo remarcada. Segundo o advogado, a carta de convocação não chegou aos antigos patrões.

“No meu pensamento, a juíza ia bater o martelo e eu ia ter alguma coisa pra dar para o meu filho. Como não foi, eu vou continuar me virando. (…) O negócio é a gente ter força e lutar pelo direito da gente. Vou até o fim”, finalizou.

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