Ancestralidade da mulher negra paulistana é tema de exposições da artista plástica Soberana Ziza

As mostras gratuitas acontecem a partir desta sexta-feira (5) na Galeria Choque Cultural, na Zona Oeste de São Paulo, e na Casa Pretahub, na região central da capital, a partir da próxima terça-feira (9).

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Mural da multiartista Soberana Ziza na Avenida São João, no Centro de São Paulo — Foto: Marcelo Pimentel

A artista plástica negra Regina Elias, conhecida como Soberana Ziza, dará início à exposição ‘Mulheres-Raízes da Conexão’ nesta sexta-feira (5), na Galeria Choque Cultural, na Zona Oeste de São Paulo.

A mostra também será exposta na Casa Pretahub, na região central da capital, a partir da próxima terça-feira (9). Ambas seguem até o dia 30 de novembro, mês da Consciência Negra, e acontecem de forma gratuita.

A artista plástica negra Regina Elias, conhecida como Soberana Ziza — Foto: Divulgação

Paulistana nascida na Zona Norte, a artista realizou uma pesquisa histórica para fundamentar a exibição, que abordará temas da ancestralidade, do feminino, da terra, do apagamento da história negra e da reconexão com o passado.

“Eu resgato os monumentos da cidade que sofreram apagamento e conecto cada território de São Paulo com a história de mulheres negras que tiveram grande valor no desenvolvimento do município”, explicou Ziza.

“Todas essas mulheres negras e empoderadas sofreram apagamento, embora tenham sido de fundamental importância na formação cultural da cidade. Decidi resgatá-las por meio da minha arte”, apontou.

Arte digital que representa uma mulher negra enraizada na terra — Foto: Reprodução/Soberana Ziza

Acostumada a produzir sua arte em grandes paredes e murais da cidade, essas serão as primeiras exposições em galerias de Regina. Além disso, ela apresentará a primeira performance e o primeiro lambe-lambe.

Mulheres-Raízes da Conexão

Segundo a organização dos eventos, para realizar as exposições, Soberana Ziza “investigou espaços históricos de protagonismo negro na capital paulista cujos acontecimentos são pouco conhecidos por parte das gerações mais jovens”.

Um desses lugares é o Largo da Memória, que abriga o Obelisco da Memória, monumento mais antigo de São Paulo, construído em 1814. À época, o local era um ponto de venda de escravos.

Obelisco do Largo da Memória, em São Paulo, completou 200 anos em 2014 — Foto: Sylvia Masini/Divulgação Prefeitura de São Paulo

“Na Casa Pretahub, fixada literalmente ao lado do Largo da Memória, estão as obras cuja temática está circunscrita aos acontecimentos da região do entorno, como os lambe-lambes e o filme que tratam da memória de Madrinha Eunice, fundadora da mais antiga escola de samba em atividade na cidade, a Lavapés, de 1937” contou Renata Felinto, curadora das exposições.

“Com sua exposição individual, que assim como as narrativas orais se disseminam e se aprofundam em múltiplas paragens, Soberana Ziza enlaça os frutos semeados pelas nossas mais velhas e os distribui por meio de narrações artísticas que saúdam as existências das que pisaram neste território antes, das que pisam no agora e das que pisarão em breve”, completou Felinto.

A artista em frente ao Cemitério dos Aflitos, na Liberdade, onde eram enterrados escravos — Foto: Ingrid Félix/Divulgação

Exposição ‘Mulheres-Raízes da Conexão’

  • Galeria Choque Cultural (5 a 30 de novembro de 2021)
    Endereço: Alameda Sarutaiá, 206, Jardins
    Disponibilidade: de terça a sábado, das 12h às 19h
  • Casa Pretahub (9 a 30 de novembro de 2021)
    Endereço: 
    Avenida Nove de Julho, 50, Bela Vista
    Disponibilidade: de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
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