Angélique Kidjo faz palestra de abertura na Rio2C: ‘Devia ser óbvio que todo ser humano deve ser representado’

Considerada uma das cem pessoas mais influentes do mundo em 2021 pela Time, a artista fala em entrevista sobre criatividade, ser uma referência, diversidade e como manter a relevância nos dias atuais

FONTEPor Mari Teixeira, do O Globo
Angélique Kidjo (Foto: Leo Martins)

Angélique Kidjo aprendeu a cantar por influência da família — o pai tocava banjo e a mãe cantava e tocava clarinete. Quando a menina tinha 6 anos, a mãe a “jogou em cima do palco” e, ainda que naquele momento ela tenha ficado tímida, pegou gosto pela coisa. Agora, aos 62 anos, a cantora do Benin acumula cinco Grammys, acaba de vencer o Polar Music Prize, é embaixadora da Boa Vontade do Unicef e tem uma ONG para ajudar no desenvolvimento de meninas e jovens mulheres na África.

Considerada uma das cem pessoas mais influentes do mundo em 2021 pela Time, Angélique perdeu as contas de quantas vezes veio ao Brasil — até a sambar aprendeu com a ajuda de Caetano Veloso, ela conta rindo. Antes de voltar em setembro ao país para se apresentar no The Town, em São Paulo, a artista faz hoje a palestra de abertura oficial da Rio2C falando de diversidade e música como transformação social, o que detalha no depoimento a seguir.

Angélique Kidjo aprendeu a cantar por influência da família — o pai tocava banjo e a mãe cantava e tocava clarinete. Quando a menina tinha 6 anos, a mãe a “jogou em cima do palco” e, ainda que naquele momento ela tenha ficado tímida, pegou gosto pela coisa. Agora, aos 62 anos, a cantora do Benin acumula cinco Grammys, acaba de vencer o Polar Music Prize, é embaixadora da Boa Vontade do Unicef e tem uma ONG para ajudar no desenvolvimento de meninas e jovens mulheres na África.

Considerada uma das cem pessoas mais influentes do mundo em 2021 pela Time, Angélique perdeu as contas de quantas vezes veio ao Brasil — até a sambar aprendeu com a ajuda de Caetano Veloso, ela conta rindo. Antes de voltar em setembro ao país para se apresentar no The Town, em São Paulo, a artista faz hoje a palestra de abertura oficial da Rio2C falando de diversidade e música como transformação social, o que detalha no depoimento a seguir.

Relevância na atualidade

“Não sou mais uma artista jovem que precisa lançar um álbum a cada dois anos. Eu tenho meu tempo. E me mantenho relevante sendo verdadeira comigo. Hoje, tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, temos tanta informação, como seguir centrado? Como você se mantém relevante para si mesmo antes de ser relevante para os outros? Sou sempre aquela garotinha de Benin, querendo experimentar a música do meu país, isso está no centro do que eu faço, é a minha força e me mantém com os pés no chão”

Diversidade

“Não sei por que precisamos de diversidade quando deveria ser óbvio que todo ser humano que vive em uma sociedade deve ser representado. Isso significa que erramos muito e temos muito o que recuperar. Precisamos de diversidade para ter pessoas com estabilidade e uma das coisas é que ela não é uma ameaça, é uma oportunidade de justiça social e econômica. Meus pais me diziam todos os dias: ‘não volte e me diga que você falhou porque você é negra’. Para mim, não é questão de cor. Lido com pessoas individualmente, nunca generalizei e não suporto quem o faça”.

Conquistas

“Não é sobre conquistas. E sim como obter o coletivo individualmente, com nosso talento. Contar uma história a ponto de as pessoas que são racistas não terem mais nada a dizer, sugar todos os argumentos deles seja por meio da arte ou da política. Esse é o meu sonho e tenho feito isso durante toda a minha vida. Meu objetivo como artista é construir pontes entre culturas, podemos encontrar solução para muita dor, mas temos que ter a coragem de ser ousados”

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