Angola: Profissionais devem acompanhar vítimas de violência doméstica

Luanda – Os profissionais de saúde enquadrados nas diferentes unidades sanitárias do país devem ter a capacidade de identificar as vítimas de violência doméstica, e dar o devido acompanhamento e tratamento, defendeu hoje, sexta-feira, em Luanda, a representante da organização espanhola Medicus Mundi na província do Bié, Neus Paracaula.

Neus Paracaula discursava na mesa redonda sobre “Mulher e Saúde”, promovida pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, em parceria com a Cooperação Espanhola, tendo realçado que apesar de muitas vítimas não terem a cultura de denunciar, é necessário o devido contributo dos especialistas para minimizar estas agressões reprováveis pela sociedade.

De acordo com a fonte, as vítimas de violência doméstica necessitam de atendimento clínico, psicológico, apoio social e jurídico, que dificilmente se encontra num posto de saúde.

A médica frisou que muitas vítimas denunciam às autoridades possíveis agressões, quando na verdade padecem de outros problemas de saúde como a malária, em consequência de violência sofrida anteriormente.

Por outro lado, a especialista entende ser necessário dotar as pessoas sobre a consequência social da violência doméstica para que eles possam contribuir na redução da mesma.

A título de exemplo, a especialista diz que na província do Bié onde trabalha, foi criada uma equipa constituída pelas Direcções Provinciais de Saúde e da Família e Promoção da Mulher, hospital municipal do Cuito, Comando Provincial da Polícia e os Medicus Mundi.

Esta equipa tem estado a trabalhar em diferentes workshop’s, de forma a proporcionar aos profissionais de saúde e não só a devida orientação e adaptação as vítimas de violência doméstica.

A aludida mesa redonda foi organizada pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos em parceria com a Cooperação Espanhola, que pretende promover a cultura dos direitos humanos, bem como analisar o direito à saúde da mulher em Angola.

Participaram do evento, especialistas do Ministério da Saúde, do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e da organização espanhola Medicus Mundi.

 

 

Fonte: Angola Press

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