Ao menos 2,5 milhões de crianças de 8 anos ainda não foram alfabetizadas no Brasil, diz ONG

Educadores afirmam que a saída para acabar com a defasagem escolar é investir no reforço do aprendizado. O levantamento é da ONG Todos Pela Educação.

FONTEDo Jornal da Globo
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo

A volta às aulas de forma presencial escancarou um problema que se agravou com a pandemia no Brasil: a dificuldade de alfabetização das crianças mais novas. Segundo um levantamento da ONG Todos Pela Educação, quase 2,5 milhões de crianças de 8 anos no Brasil ainda não estão alfabetizadas.

Foi com a volta às salas de aula que os professores começaram a perceber a desigualdade de conhecimento entre os estudantes.

“A gente recebeu os meninos em total desequilíbrio, tanto cognitivo, como emocional. Os professores também. E a gente começou a readaptar”, conta a professora Cláudia Pinto.

Os educadores afirmam que a saída para acabar com a defasagem escolar é investir no reforço do aprendizado. No entanto, nem todas as escolas têm condições de oferecer esse tipo de acompanhamento.

É o que identificou um levantamento feito pelo Datafolha: apenas 39% dos alunos prejudicados pela pandemia tiveram aulas de reforço. E as regiões com menos recursos foram as mais prejudicadas.

“O que esses dados com as famílias apontam é que a gente corre o risco de retroceder enquanto país. Ou seja, de perder os avanços que redes municipais e estaduais vinham conseguindo na alfabetização e, consequentemente, nos anos seguintes do ensino fundamental”, explica Patrícia Guedes, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Itaú Social.

E vontade é o que não falta.

“Eu ainda vou aprender ler. Eu estou muito ansiosa para aprender a ler”, diz Nicoly Batista Silva, estudante de 7 anos.

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