Após declaração de Guedes, filha de Brigitte Macron lança movimento contra misoginia

Tiphaine Auzière, ao lado da mãe Brigitte Macron, durante campanha presidencial. A filha da primeira-dama francesa raramente aparece na mídia Philippe HUGUEN / AFP

Tiphaine Auzière, filha do primeiro casamento de Brigitte Macron, se irritou com os comentários de autoridades brasileiras visando a primeira-dama francesa. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ela lançou um movimento no qual pede que a população denuncie atos misóginos.

No RFI

Tiphaine Auzière, ao lado da mãe Brigitte Macron, durante campanha presidencial. A filha da primeira-dama francesa raramente aparece na mídia. (Foto: Philippe HUGUEN / AFP)

A advogada Tiphaine Auzière, que raramente aparece na mídia, se exprimiu na noite de sexta-feira (6), um dia após o ministro brasileiro da economia, Paulo Guedes, ter feito comentários sobre a aparência física de sua mãe.

Ela aparece em um vídeo segurando uma folha na qual está impressa uma matéria publicada na imprensa francesa sobre as declarações de Guedes. “Estamos em 2019 em um responsável político visa uma personalidade pública sobre seu físico. Isso ainda existe”, diz a filha de Brigitte Macron.

Ela reage à declaração de Paulo Guedes que disse, sobre a primeira-dama, que “essa mulher é realmente feia”. “Não estamos aqui para dar lição em ninguém, pois a França não está livre disso”, continuou Tiphaine Auzière, lembrando episódios em que a ministra francesa Cécile Duflot foi alvo, em 2012, de assobios ao fazer um discurso usando um vestido florido.

Para a advogada, essa é uma oportunidade para que a população se mobilize contra o desprezo e o preconceito visando as mulheres. “Vamos juntos, a partir de amanhã, reagir, nos engajar dentro de nossas famílias, no nosso trabalho e nas urnas para denunciar os misóginos”. Ela conclui a mensagem mostrando um cartaz com os dizeres #Balancetonmiso (denuncie o seu misógino, em tradução livre).

O hashtag segue a mesma linha do “Balance Ton Porc”, slogan lançado na esteira do movimento #MeToo.

Além de Tiphaine Auzière, várias lideranças políticas francesas, de esquerda e de direita, demonstraram indignação na sexta-feira após as declarações de Paulo Guedes sobre Brigitte Macron.

 

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