Após superar problemas no coração, atacante enfrenta o racismo

Adílson, que já jogou no Corinthians, acusa torcedores de o chamarem de macaco e urubu

Com 26 anos, o atacante Adílson já viveu de tudo (ou quase tudo) no futebol. Com passagens por grandes times do Brasil (Corinthians e Sport) e da Europa (Benfica), o jogador superou dois problemas no coração para não ter de encerrar a carreira precocemente. Agora, sofre com o racismo no clube onde mais brilhou.

Dispensado do Corinthians por conta de um problema no coração, o atacante foi liberado para voltar a jogar futebol profissionalmente em agosto do ano passado. O recomeço seria no XV de Piracicaba, clube e torcida que o jogador já conhecia – atuou entre 2008 e 2009 e 2011 e 2012 no time paulista.

Um dos destaques do XV em 2012, quando o time escapou do rebaixamento no Campeonato Paulista, o atacante agora lida com as ofensas racistas. Segundo ele, os torcedores do time de Piracicaba o chamam de “macaco” e “urubu” durante os jogos do time no Paulistão.

“Estou muito triste. Por tudo que eu já passei, por tudo que eu já vivi e vivo aqui no XV, chegar nesta situação. Eu não peço para ninguém gostar de mim. Pode me odiar, pode me detestar”, diz o jogador, que se mostra ainda mais entristecido por viver a situação incômoda no clube que ama.

“Chego em casa e vejo minha noiva triste, minha mãe chorando, prima e tios, todos tristes. Isso porque eles vão ao estádio e ouvem os torcedores me xingando de macaco, urubu, infartado, dizendo que eu tinha que ter morrido”, desabafou o jogador em entrevista ao Rádio Onda Livre AM.

Por conta dos problemas, o jogador, que vinha sendo titular do XV de Piracicaba, ficará de fora da partida contra o Palmeiras, nesta quarta-feira (5). Raphael Macena, recém-contratado junto ao Comercial, deverá assumir a camisa 9.

Fonte: Bem Paraná

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