VITÓRIA! APROVADO FIM DA REVISTA ÍNTIMA
Marcelo Freixo (original facebook), no Mamapress
“Eu vi muita coisa ruim. Uma senhora bem velhinha, magrinha, foi obrigada a ficar nua também. Tímida, ela tentou cobrir a genitália com as duas mãozinhas. Nossa, teve que ouvir coisas absurdas. A agente disse: ‘Você não teve vergonha de usar isso pra fabricar bandido pra encher o saco da gente, agora tem vergonha de mostrar?’. Ela tremia de medo. E eu não podia falar nada, porque, se eu reagisse, sabia que meu filho seria espancado”. Essa história foi contada por dona Cremilda, que fez visitas regulares ao filho, ex-detento, durante os 12 meses em que ele esteve na prisão.”
O projeto de minha autoria e outros deputados, que substitui a revista íntima – conhecida como vexatória – pela mecânica nos presídios do Rio de Janeiro, foi aprovado na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 10 de março.
Agradecemos imensamente a sociedade e instituições civis que se mobilizaram para esta vitória da dignidade humana. A participação de vocês foi essencial! Esta é uma luta de anos e é em nome dos “ninguéns” – de Eduardo Galeano – dos invisíveis, daqueles que passam uma parte enorme das suas vidas encostados nos muros da amnésia que representa o Sistema Penitenciário.
O Estado não pode violar a dignidade das pessoas e nem estender a pena aos familiares dos detentos. Vale lembrar que a revista vexatória já é proibida nos presídios federais e em São Paulo, estado que tem a maior população carcerária do Brasil. Temos de lembrar que a família dos presos também é afetada com o encarceramento, e as principais vítimas são as mulheres: mães, filhas, companheiras etc. São mulheres de todas as idades, que são obrigadas a passar por uma revista humilhante, ilegal e vexatória. A família é fundamental para a ressocialização do preso e muitas vezes esse elo é quebrado porque as pessoas não querem se submeter a esse processo degradante.
A revista mecânica, com raio-x, detectores de metais e outros instrumentos tecnológicos, já é aplicada em aeroportos, agências bancárias e consulados. Por que a violação da dignidade ainda é mantida no Sistema Prisional? Nosso projeto pretende dar um fim a esta realidade e esperamos que o Governo de Estado do Rio de Janeiro tenha a sensibilidade e sancione a lei.
Uma vitória necessária na semana em que se comemora o dia internacional de luta das mulheres!
Aqui uma demonstração da campanha convocando para este dia inesquecível para toas as mulheres de nosso estado.
NÓS NÃO CONCORDAMOS COM A REVISTA VEXATÓRIA
“Eu vi muita coisa ruim. Uma senhora bem velhinha, magrinha, foi obrigada a ficar nua também. Tímida, ela tentou cobrir a genitália com as duas mãozinhas. Nossa, teve que ouvir coisas absurdas. A agente disse: ‘Você não teve vergonha de usar isso pra fabricar bandido pra encher o saco da gente, agora tem vergonha de mostrar?’. Ela tremia de medo. E eu não podia falar nada, porque, se eu reagisse, sabia que meu filho seria espancado”. Essa história foi contada por dona Cremilda, que fez visitas regulares ao filho, ex-detento, durante os 12 meses em que ele esteve na prisão. Leia a matéria na íntegra: http://goo.gl/jzcQgY
Nesta terça-feira (10/3), a Alerj irá votar nosso projeto de lei que substitui a revista íntima pela revista mecânica nos presídios do Rio de Janeiro. Venha! Sua pressão é fundamental!
Nossa proposta é mudar esta realidade para uma revista mecânica e não manual, com detectores de metais, aparelhos de raio-x, entre outras tecnologias que são mais eficazes e preservam a integridade física, psicológica e moral do revistado. A revista mecânica já é utilizada em outros estados do Brasil e mostrou sua eficácia.
A Alerj fica Rua 1º de Março, s/n – Centro. Obs.: Homens não podem entrar de bermuda.