A atriz e escritora Elisa Lucinda e a poeta Tatiana Nascimento debatem sobre a presença do negro na literatura, no Diálogos Ausentes de junho

Último encontro da série de três sobre essa área de expressão, conta ainda com mediação da diretora criativa e curadora Diane Lima e dois artistas selecionados pela chamada aberta, que falam sobre seus trabalhos literários; próximo ciclo discute sobre o negro na música, cujas inscrições para a chamada aberta vão de 1 a 14 de junho

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O terceiro e último encontro que debate o negro no campo da literatura, da série Diálogos Ausentes, cujo objetivo é discutir a presença afro-brasileira na produção artística nacional, acontece no dia 13 de junho (terça-feira), às 20h, no Itaú Cultural. A mediação é de Diane Lima, idealizadora do projeto AfroTranscendence, e compõem a mesa de discussão a escritora e atriz Elisa Lucinda e a poeta Tatiana Nascimento, além dos dois selecionados pela chamada aberta – Marcelo Ricardo e Débora Garcia, que falam sobre seus respectivos trabalhos. As inscrições para a próxima chamada aberta, que dessa vez seleciona artistas na área de música, é realizada de 1 a 14 de junho e pode ser feita pelo site do instituto (http://www.itaucultural.org.br). Toda a programação tem interpretação em Libras.

Neste encontro, os convidados questionam quem é o público dos escritores negros e como o mercado editorial recebe a literatura feita por eles. A conversa também traz à tona reflexões em torno da possibilidade de se autoproduzir e criar um espaço autônomo em que a palavra ganha corpo, voz e tessitura, ao lado de outras linguagens artísticas. Selecionada pela chamada aberta, a idealizadora, artista e produtora do Sarau das Pretas, Débora Garcia, fala sobre o seu trabalho nesse projeto artístico-literário, que é produzido e protagonizado por mulheres negras atuantes no cenário de saraus literários da cidade de São Paulo.

O Sarau das Pretas propõe reflexões sobre o feminino, feminismo, cultura e ancestralidade negra, e dialoga com as questões ligadas à negritude, às culturas negras ou ao racismo. Além disso, pauta o protagonismo da mulher negra como um ato político, rompendo com o processo histórico de silenciamento e invisibilidade social das mulheres negras, principalmente no campo da literatura. Débora é formada em serviço social pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e é autora do livro Coroações – aurora de poemas.

O outro artista selecionado pela chamada aberta, Marcelo Ricardo, apresenta o seu trabalho com poesia. Secretário do grupo de Dissidência Sexual e de Gênero das Residências da Universidade Federal da Bahia (Ufba), bacharel em Humanidades (IHAC-UFBA) e graduando em jornalismo (FACOM-UFBA), Marcelo é poeta e contista, e escreve a partir da intersecção de raça e sexualidade em um ensaio subjetivo, construindo as masculinidades negras e de gays negros por meio do viés literário.

Desde abril do ano passado, o Itaú Cultural vem realizando esta série com o intuito de analisar entre o público, artistas e especialistas a representação dos negros em uma área de expressão diferente, a cada três meses. No ano passado, o primeiro bloco de três encontros discutiu as artes visuais; na sequência, os debates foram sobre as artes cênicas – com foco no teatro –, e por fim, o audiovisual, sobre o olhar do cinema negro. Neste ano, houve debate sobre o negro na dança, e depois sobre o negro na literatura. No próximo ciclo de encontros a área de expressão em debate é a música, com consultoria do cantor e compositor Tiganá Santana.

Elisa Lucinda

Poeta, atriz, jornalista, professora e cantora, Elisa Lucinda é uma das autoras que mais vendem no Brasil. Com 17 livros publicados, dentre os quais a Coleção amigo oculto, de livros infanto-juvenis, que lhe rendeu, em 2002, o prêmio Altamente Recomendável (FNLIJ) por A menina transparente. Versos de Liberdade, que ensina a palavra poética aos jovens que cumprem medidas, é um dos projetos que a sua instituição Casa Poema desenvolve, entre cursos de Poesia Falada para todos. Seu primeiro romance Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada, uma autobiografia do poeta, foi finalista no Prêmio São Paulo de Literatura 2015. Seu livro de poesia Vozes Guardadas, o 17º de sua carreira foi lançado em novembro pela editora Record, e sua mais recente peça A Paixão segundo Adélia Prado, reabriu oficialmente o Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema.

Tatiana Nascimento

Tatiana Nascimento é palavreira: poeta, compositora, cantora, tradutora, editora de livros artesanais, zineira e blogueira. Em seus escritos, ativismo e pesquisa acadêmica, a diáspora negra é tema recorrente, bem como a dissidência sexual. Canta no Bando da Égua, projeto de música e poesia autoral, de bossa velha com poemas afrofuturistas. Doutora em estudos da tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina, na interface acadêmica se interessa pelas poéticas, performances, políticas negras diaspóricas e suas traduções de autores e autoras negros e negras, lésbicas, queer, trans e/ou inclassificáveis. Em 2016 lançou Lundu, seu primeiro livro de poemas, pela Padê Editorial.

SERVIÇO

Diálogos Ausentes – O Negro na Literatura

Mediadora: Diane Lima

Convidados: Elisa Lucinda e Tatiana Nascimento

Artistas convidados pela chamada aberta: Marcelo Ricardo e Débora Garcia

Dia 13 de junho (terça-feira), às 20h

Duração: ​90 minutos

Classificação indicativa: ​livre

Inscrições para chamada aberta – O Negro na Música: 1 a 14 de junho

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