Ausência de conexão e limbo terrestre

(Foto: Arquivo pessoal)

por Sérgio Martins

Ando meio sem conexão com a matriz principal, isto me deixa como uma sensação de estar em um limbo terrestre, um lugar onde posso observar os eventos aos arredores mais sem sentir quaisquer envolvimentos ou provocação participativa. Tenho selecionada apenas algumas situações nas quais não posso privar minha intervenção positiva. Mas, neste estado, tenho tido algumas inquietações entre elas que gostaria de partilhar neste quase artigo. A primeira sobre o fenômeno da desconexão, que dever ser um estado experimentado por outras pessoas, que não me conduz necessariamente à uma depressão, mas proporcionar uma sensação de observador consciente da realidade. Não apenas em uma vigília racional, mas em um campo, onde o corpo se unifica com a mente. Outro dia em meio aos meus conflitos cotidiano, tomei um escrito budista, onde havia um conselho, que nos orientava a nos amar primeiramente e observar. Achei interessante, porque estamos acostumados com a cultura cristã, que nos convida a amarmos ao outro preliminarmente. Mas, quando seguimos está direção, transferimos nossas expectativas para um outro desconhecido, que via de regras nos frustra.

A atitude de amar a si próprio produz um sentimento de autoproteção e preservação, nos colocando em um estado de observação permanente, separando os eventos próximos dos distantes. A mesma experiência quando assistimos a um filme em terceira dimensão.

Um dos eventos distantes que observamos é a vida política de nossa sociedade. Relegamos à confiança na condição humana e em nossos pares e as instituições, nos mecanismos criados para intermediar o exercício do poder político. A democracia é uma grande construção de nossa civilização frente ao totalitarismo dos regimes ditatoriais, onde periodicamente podemos interferir nos rumos da sociedade política através das eleições.

A composição do parlamento representa o conjunto de forças políticas, econômicas e culturais, que disputam a hegemonia dos projetos de sociedade a serem implantados, sob o comando da lei, devendo assim permanecer. Porém poderia o parlamento, utilizando os recursos eletrônicos proporcionar uma maior aproximação do cidadãoaos debates daquela casa, não como mero espectador, porém como interessado participante.

A consulta popular, as audiências públicas poderiam refletir o posicionamento da sociedade acerca de temas como a reforma tributária, o código nacional de meio ambiente, entre outros temas, principalmente aqueles de interesse difuso, permitindo que a sociedade em tempo real se posicionasse sobre a aprovação ou não de um projeto lei. Isto não interferiria na liberdade do voto do parlamentar, mas permitiria uma maior participação da sociedade.

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