Em Salvador (BA), o Bloco A Mulherada homenageia o orixá Oxumarê no Carnaval 2025, a partir do tema “ARÓBOBÒYI ÒSÙMÀRÈ!” – Salve o Senhor dos Ciclos”. Contando com as alas temáticas de baianas, rainhas afros, dançarinas e capoeiristas. Os desfiles acontecerão nos dias 27 de fevereiro, 2 e 4 de março.
O bloco é uma iniciativa do Instituto A Mulherada, fundado em 2001 por mulheres negras engajadas na luta contra a violência doméstica e familiar, bem como na inserção de mulheres no mercado de trabalho. Há ainda a preocupação com a sustentabilidade. “Em todo trabalho da A Mulherada, pensamos em não ter descarte de materiais, mas em renovar nossos acessórios, nossas fantasias”, diz Juliete Ribeiro, coordenadora artística do bloco
Com a presença estimada de mais de 800 mulheres, o bloco vai celebrar a herança espiritual africana, destacando Oxumarê como orixá dos ciclos e da renovação. Na cosmologia iorubá, o orixá homenageado simboliza a união entre masculino e feminino, luz e escuridão, conectando o sagrado e o terreno.
“A Mulherada vem para homenagear Oxumarê. Nessa renovação, essa mudança de ciclo, eu costumo falar que quando as mulheres adentram a nossa casa da Mulherada, elas mudam o ciclo de suas vidas”, afirma Juliete Ribeiro, coordenadora artística do bloco.
Os desfiles vão acontecer em três circuitos oficiais: Osmar (Campo Grande/Avenida), Dodô (Barra/Ondina) e o mais novo, o circuito Mãe Hilda Jitolu. Oficializado em 2021, o circuito Mãe Hilda Jitolu se localiza no bairro da Liberdade e tem tradição no Carnaval de Salvador, sendo palco do desfile do Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil.
Para Juliete, o novo circuito é de grande importância para o Bloco A Mulherada, pois homenageia a Ialorixá “que deu a força espiritual necessária para tornar realidade o primeiro bloco afro da Bahia, o Ilê Aiyê, há 50 anos”.
Serviço
Na quinta-feira de Carnaval (27/2), A Mulherada desfilará no circuito Osmar (Campo Grande), em alas temáticas que incluem baianas, rainhas afros, dançarinas, capoeiristas e ala de canto. No dia 2 de março, domingo de Carnaval, desfilará no circuito Dodô (Barra Ondina), com o trio Pipoca e banda show. Por fim, no dia 4 de março, o bloco realizará um cortejo cultural no circuito Mãe Hilda Jitolu, homenageando esse novo espaço de representatividade negra e reforçando Salvador como uma cidade plural, conectada às suas raízes afro-brasileiras.