Brasil e Durban – 20 anos depois – O Livro

Brasil e Durban – 20 anos depois é uma publicação do Centro de Documentação e Memória Institucional do Geledés – Instituto da Mulher Negra.

Este Centro nasce da necessidade de organização, sistematização e disponibilização do acervo histórico acumulado por Geledés em seus 33 anos de existência. Portanto, esse Centro tem por objetivo preservar e difundir a memória do protagonismo político de Geledés e dos movimentos negros e de mulheres com os quais compartilhou indignações e sonhos libertários na luta em defesa dos  direitos  humanos  de  mulheres  e negros no Brasil e no exterior.

Logo do centro de documentação de Geledés

Com a publicação Brasil e Durban 20 anos depois, buscamos resgatar as ações desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil brasileira na construção de sua incidência política na III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, realizada em Durban, África do Sul, no ano de 2001. Visa a documentar para fins históricos, de aprendizagem e avaliação crítica os desafios e obstáculos enfrentados bem como as estratégias utilizadas por mulheres e homens afro-descendentes e seus aliados e aliadas para alcançarem os resultados inscritos na Declaração e Programa de Ação de Durban.

Nesse sentido, o presente documento é fruto de uma pesquisa documental robusta que detalha o processo rumo a III Conferência Mundial contra o Racismo enriquecido por entrevistas pessoais com participantes do processo: membros da diplomacia brasileira à época, militantes dos movimentos de mulheres negras, militantes dos movimentos negros, militantes de organizações  não  negras  da  sociedade  civil  brasileira  que  apoiaram  o  processo  e ainda  representantes de órgãos governamentais brasileiros, membros de organizações negras afro-latino-americanas, e representantes de órgãos financiadores  que  apoiaram  o  conjunto  de organizações  da  sociedade  civil  brasileira  em  sua  participação  no processo  da Conferência  Mundial de Durban.

Para a execução do resgate desse importante momento da luta de afro- brasileiros e afro-latino-americanos e caribenhos na Conferência de Durban contamos com a inestimável consultoria de Iradj Eghrari, que participou do processo de Durban desde o seu início como representante da Comunidade Bahá’í, uma das organizações que foram essenciais para a incidência política dos afrodescendentes brasileiros na Conferência de Durban.

Nas entrevistas mencionadas, realizadas especificamente  para este  documento no período entre março e abril de 202, foram obtidos subsídios  com olhares diversificados e complementares daquelas e daqueles que foram  protagonistas no processo trazendo sobre ele novas perspectivas analíticas  passados  vinte  anos.  A todas e  todos os entrevistados o nosso agradecimento por generosamente nos oferecerem seu tempo  e atenção ao concederem entrevista  ao consultor.

Esperamos que esta publicação, que consiste no relato de um dos momentos mais emblemáticos da luta de africanos e afrodescendentes contra o racismo contemporâneo e as sequelas do colonialismo, alcance o seu objetivo de informar e inspirar  as  atuais e futuras gerações  de  ativistas antirracista e antissexistas para a ação política coletiva essencial para que possamos produzir as transformações sociais que nos conduzam à efetivação da sociedade  justa e igualitária  pela  qual  tanto ansiamos.

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