Bruno Gagliasso foi o convidado de João Vicente de Castro no Instagram do GNT para uma live. O ator, cujo último papel na TV foi em “O sétimo guardião”, relembrou seu início na carreira, falou sobre a gravidez da mulher, Giovanna Ewbank, e detalhou a adoção dos filhos Bless e Titi.
– Para mim, foi também um reencontro. Giovanna teve esse reencontro com ela, porque elas com certeza se conhecem de outras vidas. Quando eu cheguei (ao Malawi, onde o casal conheceu Titi), a expectativa era muito grande porque Giovanna já tinha sido bem recebida pela Chissomo (nome de Titi), e comigo foi a mesma coisa. Não consigo esquecer dela correndo de braços abertos. Ela nunca tinha me visto, me abraçou e veio… É muito forte. Falar disso me toca muito porque ali, para mim, ela de fato nasceu para a gente. Ela veio com um sorriso, tinha um olhinho torto… Foi nosso primeiro encontro. Muita gente fala para mim que está na fila da adoção, que quer muito ir. Cada encontro é de uma maneira (…) Isso não é uma regra. Não é toda criança que vem de braços abertos para perto da gente – relatou Bruno.
O artista também falou sobre a adoção de Bless, hoje com 5 anos:
– A gente foi para lá com um propósito, foi para isso. A gente foi porque queria ter mais um filho, Titi queria ter um irmãozinho, conhecemos as professoras, as cuidadoras. Ele era quietinho, era na dele. Isso chamou nossa atenção.
João Vicente, por sua vez, diz que pensa em adotar, mas revela ter medo. E Bruno complementa:
– Eu estava olhando para o Bless esses dias e pensei: “Nossa, eu faço isso”. Ele tem meu jeito, meu sorriso. Não nasceu da barriga da Gio, mas sou eu (…) A semelhança é apresentada de diversas maneiras, principalmente nas atitudes. Eu vejo atitudes nele que falo: “Não é possível”. Chissomo, então, é a cópia da Giovanna.
Bruno revela que a gravidez de Giovanna Ewbank, que está em seu sétimo mês, foi inesperada:
– Quando a gente descobriu que ela estava grávida, ficamos em pânico, assustados. Pensamos: “Como vai ser agora com um filho biológico?” (…) Foi completamente sem querer. Ela estava indo para São Paulo colocar o DIU.
Bruno Gagliasso também respondeu a dúvidas de como os filhos são tratados numa sociedade racista:
– Temos certeza que eles vão sofrer por morarem num país com tanto preconceito como no Brasil. Eles não sentem claramente o racismo. Eles têm consciência (…) A gente procurou uma escola que abordasse temas “preconceito”, “racismo”, que falasse para as minorias. mas fizemos questão que eles estudassem nessa escola porque eles vão discutir assuntos que discutimos em casa com eles (…) Eles têm noção que somos diferentes. Outro dia teve um exercício na escola e ela (Titi) falou: “Meus pais são brancos, meu pai é todo tatuado”. (…) A gente mostra livros… Ela sabe que minha cor é mais escura do que a mãe, e eles sabem que a cor deles é mais escura do que a minha e a da mãe. Se eu mostrar a foto do Luther King meu filho sabe quem é; da Rosa Parks, eles sabem quem é. Eles sabem que são negros, são africanos. A gente faz isso para eles enfrentarem esse mundo preconceituoso e racista (…) Quando eles sofrerem isso na pele, estarão preparados de alguma maneira.
Aos 38 anos, Bruno lembrou na entrevista que começou a interpretar aos 16 anos, após levar uma ex-namorada a um curso de teatro. Em seguida, ele fez teste para “Chiquititas” (SBT) e foi aprovado.
– Fiz o teste, passei e morei um ano morando na Argentina. Eu, Carmo Dalla Vecchia, Sthefany Brito, Kayky Brito, Serafim Gonzalez, que faleceu, Débora Falabella… Débora era a minha irmã (…) Depois, fiz “As filhas da mãe” (na Globo, em 2001)… Aí pegeui gosto pela coisa. Costumo dizer que a minha faculdade foi a televisão.
O ator também relata uma reflexão sobre sua carreira:
– Foi muito importante fazer novela. Aprendi muito. Ela me deu muitas oportunidades. Mas não sei se volto a fazer. Cansei. Eu fiz esquizofrênico, fiz um cara que se descobria homossexual… Foi enriquecedor como ser humano porque a gente que é ator tem que estudar sobre outras coisas. Foi importante.
Bruno também falou sobre as mudanças em seu visual com a chegada dos 40 anos:
– Estou careca, né? Giovanna e as crianças rasparam a minha cabeça e eu vi que estou muito careca na frente (…) Coloquei gorro porque vão ficar mostrando minha careca.