Carlos Marighella

Carlos Marighella (Foto: Imagem retirada do site Diálogos do Sul)

nascimento: 5 de dezembro de 1911, Salvador, Bahia
morte: 4 de novembro de 1969, São Paulo, SP

Carlos Marighella foi morto em emboscada preparada pelo DOPS de São Paulo. O mulato Carlos Marighella era filho de um imigrante italiano, o operário Augusto Marighella e Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos. Teve sete irmãos e irmãs.

Descendo de italiano. Meu pai era operário, nascido em Ferrara (Alta Itália,região de Emília).Chegara como imigrante a São Paulo e se transladara à Bahia. Minha ascendência por linha materna procede de negros haussás, escravos africanos trazidos do Sudão e afamados na história das sublevaçoes baianas contra os escravistas. Carlos Marighella.

Fez os estudos iniciais no Ginásio da Bahia, hoje Colégio Central. Contrariando as expectativas reservadas a famílias de poucas posses, em 1929, Carlos começou a cursar engenharia civil na Escola Politécnica da Bahia.
Já nessa época, com 18 anos, Carlos despertou para as lutas sociais e entrou no Partido Comunista. Aos 21 anos, em 1932, foi preso pela primeira vez, por escrever e divulgar um poema com críticas ao interventor da Bahia, Juracy Magalhães.

Em 1936, abandonou o curso de engenharia e mudou-se para São Paulo, com a tarefa da direção partidária de reorganizar o Partido Comunista, que se encontrava esfacelado, após as lutas de 1935, na chamada Intentona Comunista. Foi novamente preso.

No ano de 1937 aconteceu a anistia, assinada pelo então ministro da Justiça, Macedo Soares e Marighella foi libertado, mas as perseguições não cessaram, pois nesse mesmo ano Getúlio Vargas deu o golpe instaurando o Estado Novo que colocou o Partido Comunista na clandestinidade. A militância de Carlos Marighella incomodava o governo e é novamente preso em 1939, e desta vez, confinado em Fernando de Noronha. Consta que neste presídio foi estabelecida, pelos próprios prisioneiros, uma divisão igualitária de tarefas, independente do peso político que o indivíduo tivesse fora da prisão. Criaram uma Universidade Popular e ensinavam uns aos outros filosofia, história, matemática. Marighella deu aulas de filosofia.

Após três anos em Fernando de Noronha, Carlos e os companheiros presos foram transferidos para o presídio da Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro. Fernando de Noronha, nessa época do conflito da Segunda Guerra Mundial, passou a ser base de apoio das operações militares dos aliados no Atlântico Sul.

O início das divergências

No ano de 1943 aconteceu o polêmico apoio do Partido Comunista ao governo ditatorial de Vargas, em razão da entrada do Brasil na guerra. Marighella discordava dessa posição, mas mesmo preso é eleito para o Comitê Central do partido.

Com a vitória dos aliados na luta contra o nazismo e o fascismo , no ano de 1945, aconteceu nova anistia no Brasil. O Partido Comunista voltou à legalidade e Marighella foi eleito deputado constituinte.

Marighella em foto de meados dos anos 1940 (Foto: Wikpédia/ Aperj)

Com o fim do Estado Novo, venceu as eleições o general Eurico Gaspar Dutra, empossado em 31 de janeiro de 1946, que, aproximando-se dos setores conservadores, desencadeou ferrenha perseguição ao Partido Comunista, que foi posto novamente na ilegalidade, em 1947. Nessa época Marighella dirigia a revista teórica do partido chamada Problemas. No início de 1948 foram caçados os mandato dos parlamentares comunistas e Marighella voltou à clandestinidade. Ainda nesse ano nasceu o seu filho Carlos, fruto do relacionamento que teve com Elza Sento Sé. Conheceu Clara Charf, que será sua companheira até o fim da vida.

Na clandestinidade, de 1949 a 1954, em São Paulo, Marighella atuou na área sindical do partido, mas incomodava a direção partidária, pois era considerado excessivamente esquerdista. Sua atuação aproximou o partido da classe operária e juntos promoveram uma greve geral, conhecida como a “Greve dos Cem Mil”, em 1953. Também participou da campanha “O petróleo é nosso”. Ainda em 1953, foi à China e à União Soviética, retornando em 1954.

No ano de 1954, depois da morte de Getúlio Vargas e no início do governo de Juscelino Kubistchek, os comunistas, ainda na ilegalidade, começaram a atuar com mais visibilidade. Na política internacional fatos relevantes marcaram esse período: em 1956, o XX Congresso do PC da União Soviética denunciou os crimes de Stálin; em 1959, aconteceu a revolução cubana. Vivia-se o auge da chamada “guerra fria”, mas o Partido Comunista Brasileiro adotou a “coexistência pacífica” pregada pela União Soviética.

Com o fim do governo de Juscelino Kubistchek, Jânio Quadros assumiu a presidência, para renunciar sete meses depois. João Goulart, depois de uma crise política, tomou posse e o Partido Comunista voltou à legalidade aproximando-se do governo. Carlos Marighella passou a divergir da linha adotada pelo partido, divergências que em 1962, deram origem ao Partido Comunista do Brasil – PC do B.

Em 1964, o golpe de estado, que estabeleceu a ditadura militar, proporcionou uma nova perseguição aos comunistas. Marighella foi baleado e preso num cinema da Tijuca, no Rio de Janeiro. Conseguiu sobreviver e ficou encarcerado por 80 dias, e em seguida, foi solto pela atuação do advogado Sobral Pinto.

Publicou Por que resisti à prisão, em 1965 e em 1966, A Crise Brasileira onde discorreu sobre sua opção por organizar os trabalhadores brasileiros contra a ditadura e a luta pelo socialismo. Nesse livro pregava a luta armada, com base numa aliança entre operários e camponeses.

Fundando a Aliança Libertadora Nacional

Carlos Marighella continuou divergindo da linha oficial adotada pelo PCB e, em 1967, suas posições saíram vitoriosas na Conferência Estadual de São Paulo, em confronto com Luiz Carlos Prestes. Nessa época, preparava-se o VI Congresso do partido e aconteceu uma intervenção da direção partidária nos diretórios dos estados, visando impedir o crescimento das idéias defendidas por Marighella, que, rompeu com o partido logo após uma viagem à Cuba, onde foi participar de uma reunião da Organização Latino-Americana de Solidariedade-OLAS. Sua participação foi desautorizada pela cúpula partidária. Retornando ao Brasil foi expulso do PCB e, em seguida, fundou a Ação Libertadora Nacional-ALN, que preconizava a luta armada.

1968 foi um ano de atos radicais da ALN. Marighella participou de diversas ações armadas visando adquirir fundos para a construção do partido, com diversos assaltos a bancos que foram reinvidicados pela ALN. A organização também teve fortes influências no meio estudantil.

Nesse período a ditadura aumentou a repressão aos grupos de esquerda, entre eles, a Vanguarda Popular Revolucionária, comandada pelo capitão Carlos Lamarca, que desviou um carregamento de armas para a guerrilha que se instalava no Vale do Ribeira, em São Paulo. Em setembro desse ano, o embaixador norte-americano foi feito prisioneiro por integrantes da ALN e do MR-8, e foi trocado por quinze presos políticos.

Marighella era apontado como inimigo público número um. Cartazes de “Procurados” foram espalhados por todo o Brasil e a sua perseguição envolveu toda a estrutura da polícia política. Para orientar as ações da ALN, Marighella escreveu o Mini-manual do Guerrilheiro Urbano.

A Aliança Libertadora Nacional tinha aproximações com os frades dominicanos e alguns deles estavam presos. Montou-se uma emboscada, através do contato desses frades, que agendaram, sobre tortura, um encontro na alameda Casa Branca, em São Paulo. No dia 4 de novembro de 1969, às oito horas da noite, Carlos Marighella caiu na emboscada armada pelo extinto DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social) de São Paulo. Cercado por 30 policiais, com o delegado Sérgio Paranhos Fleury, à frente, foi assassinado. A ALN existiu até 1974.

Sua situação de combatente contra a ditadura foi reconhecida pelo governo brasileiro, em 1996 e sua esposa Clara Charf passou a ser indenizada, a partir de 2008.

*Antônio do Amaral Rocha é jornalista, com estudos de pós-graduação em Literatura Brasileira e Cinema. Trabalha como editor, artista gráfico e resenhista, colaborador free-lance de diversas publicações em São Paulo

Fonte: UOL Educação 

 

MANIFESTO MARIGHELLA VIVE !

(Foto: Imagem retirada do site Rede Brasil)

Aos brasileiros

EM MEMÓRIA DE CARLOS MARIGHELLA

Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.

Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo.

Decorridos quarenta anos, deixamos para trás o período do medo e do terror. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu a plenitude do sistema representativo, concluindo uma longa luta de resistência ao regime ditatorial. Nesta caminhada histórica, os mais diferentes credos, partidos, movimentos e instituições somaram forças.

O Brasil rompeu o século 21 assumindo novos desafios. Prepara-se para realizar sua vocação histórica para a soberania, para a liberdade e para a superação das inúmeras iniqüidades ainda existentes. Por outros caminhos e novos calendários, abre-se a possibilidade real do nosso País realizar o sonho que custou a vida de Marighella e de inúmeros outros heróis da resistência. Garantida a nossa liberdade institucional, agora precisamos conquistar a igualdade econômica e social, verdadeiros pilares da democracia.

A América Latina está superando um longo e penoso ciclo histórico onde ocupou o lugar de quintal da superpotência imperial. Mais uma vez, estratégias distintas se combinam e se complementam para conquistar um mesmo anseio histórico: independência, soberania, distribuição das riquezas, crescimento econômico, respeito aos direitos indígenas, reforma agrária, ampla participação política da cidadania. Os velhos coronéis do mandonismo, responsáveis pelas chacinas e pelos massacres impunes em cada canto do nosso continente, estão sendo varridos pela história e seu lugar está sendo ocupado por representantes da liberdade, como Bolívar, Martí, Sandino, Guevara e Salvador Allende.

E o nome de Carlos Marighella está inscrito nessa honrosa galeria de libertadores. A passagem dos quarenta anos do seu assassinato coincide com um momento inteiramente novo da vida nacional. A secular submissão está sendo substituída pelos sentimentos revolucionários de esperança, confiança no futuro, determinação para enfrentar todos os privilégios e erradicar todas as formas de dominação.

O novo está emergindo, mas ainda enfrenta tenaz resistência das forças reacionárias e conservadoras que não se deixam alijar do poder. Presentes em todos os níveis dos três poderes da República, estas forças conspiram contra os avanços democráticos. Votam contra os direitos sociais. Criminalizam movimentos populares e garantem impunidade aos criminosos de colarinho branco. Continuam chacinando lideranças indígenas e militantes da luta pela terra. Desqualificam qualquer agenda ambiental. Atacam com virulência os programas de combate à fome. Proferem sentenças eivadas de preconceito contra segmentos sociais vulneráveis. Ressuscitam teses racistas para combater as ações afirmativas. Usam os seus jornais, televisões e rádios para pregar o enfraquecimento do Estado. Querem o retorno dos tempos em que o deus mercado era adorado como o organizador supremo da Nação.

Não admitimos retrocessos. Nem ao passado recente do neoliberalismo e do alinhamento com a política externa norte-americana, nem aos sombrios tempos da ditadura, que a duras penas conseguimos superar.

A homenagem que prestamos a Carlos Marighella soma-se à nossa reivindicação de que sejam apuradas, com rigor, todas as violações dos Direitos Humanos ocorridas nos vinte e um anos de ditadura. Já não é mais possível interditar o debate retardando o necessário ajuste dos brasileiros com a sua história. Exigimos a abertura de todos os arquivos e a divulgação pública de todas as informações sobre os crimes, bem como sobre a identidade dos torturadores e assassinos, seus mandantes e seus financiadores.

Precisamos enfrentar as forças reacionárias e conservadoras que defendem como legítima uma lei de auto-anistia que a ditadura impôs, em 1979, sob chantagens e ameaças. Sustentando a legalidade de leis que foram impostas pela força das baionetas, ignoram que um regime nascido da violação frontal da Constituição padece, desde o nascimento, de qualquer legitimidade. E procuram encobrir que eram ilegais todas as leis de um regime ilegal.

Sentindo-se ameaçadas, estas forças renegam as serenas formulações e sentenças da ONU e da OEA indicando que as torturas constituem crime contra a própria humanidade, não sendo passíveis de anistia, indulto ou prescrição. E se esforçam para encobrir que, no preâmbulo da Declaração Universal que a ONU formulou, em 10 de dezembro de 1948, está reafirmado com todas as letras o direito dos povos recorrerem à rebelião contra a tirania e a opressão.

Por tudo isso, celebrar a memória de Carlos Marighella, nestes quarenta anos que nos separam da sua covarde execução, é reafirmar o compromisso com a marcha do Brasil e da Nuestra America rumo à realização da nossa vocação histórica para a liberdade, para a igualdade social e para a solidariedade entre os povos.

Celebrando a memória de Carlos Marighella, abrimos o diálogo com as novas gerações garantindo-lhes o resgate da verdade histórica. Reverenciando seu nome e sua luta, afirmamos nosso desejo de que nunca mais a violência dos opressores possa se realimentar da impunidade. Carlos Marighella está vivo na nossa memória e nas nossas lutas.
Brasil, 4 de novembro de 2009.

Adriano Diogo, deputado estadual PT-SP
Afonso Carlos Vitor, Empresário
Afonso Celso Lana Leite – Professor do Depto de Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia
Alexandre Oliveira Maciel – Advogado
Aluízio Palmar – Jornalista e escritor
Álvaro Caldas, jornalista e escritor
Amilcar Baiardi – Professor Universitário UFRB/UFBA
Ana De Holanda, cantora e compositora
Ana Magni – Economista do IBGE/RJ
Ana Perugini, deputado estadual PT-SP
Analia Averbuj-Periodista-Argentina
Anselmo Treto Garza, educador
Antonia Felix de Sousa – Professora
Antônio Augusto – jornalista
Antonio Candido
Antonio Cechin, irmão marista, catequista
Antônio Mentor, deputado estadual PT-SP
Antonio Trigueiros, físico atômico.
Apolo Heringer Lisboa, Professo Faculdade Medicina UFMG
Ari Celestino Leite, aposentado e anistiado da Petrobrás
Aristóteles Zakynthinos – Corretor

Arthur Gonçalves Filho, professor
Artur Henrique da Silva, presidente nacional da CUT
Ausonia Favorido Donato, educadora
Beth Carvalho, cantora e compositora
Beth Sahão, deputado estadual PT-SP
Carlinhos Almeida, deputado estadual PT-SP
Carlos Alberto de Freitas, Professor
Carlos Augusto Marighella – Advogado
Carlos Eugênio Sarmento Coêlho da Paz , músico e escritor
Carlos Gilberto Pereira – Presidente do Grupo Tortura Nunca Mais – SP
Carlos Lichtsztejn – Economista
Carlos Marés, procurador Geral do Estado do Paraná, Professor PUCPR
Celso Lungaretti – Jornalista, escritor e ex-preso político
Chico de Oliveira, sociólogo
Cid Nelson Hastenreitter, médico
Clara Charf
Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, Jornalista
Cleide M. Santos – Professora

Conceição Imaculada de Oliveira, Metalúrgica / Sindicalista
Daniel Fuentes – Presidente do Instituto Hilda Hilst
Dayse Marques de Souza – Psicóloga
Delson Plácido, jornalista, Grupo Tortura Nunca Mais-SP
Demilson Guilherme Martins – Engenheiro Civil – Vitória-ES
Denivaldo Henrique Almeida Araújo – Advogado
Deputado Federal Ivan Valente – Líder da Bancada PSOL
Dilma Rousseff, economista
Dulce Maia – artista plástica
Edival Nunes Cajá – Sociólogo e Presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa de Pernambuco
Eduardo Cogo – Administrador Manaus/AM
Elia Albuquerque Rocha – Arquiteta
Eliana Rolemberg, socióloga
Eliete Ferrer , professora
Eliseu Gabriel, vereador PSB-SP
Elza Ferreia Lobo, educadora e jornalista
Emerson Xavier da Silva – tradutor-intérprete
Emir Paulino, advogada militante
Emir Sader, sociólogo, presidente da Clacso
Enid Yatsuda Frederico – Profa. IEL/Unicamp

Enio Tatto , deputado estadual PT-SP
Enzo Luís Nico júnior_- Geólogo – SP
Eros Marte – psiquiatra
Ester Góes – Atriz
Euzimar de Anchieta Gomes- Pedagoga – Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do ES (SINTRACONST-ES)
Fabiana Ferreira, poeta
Fábio Amaral Di Fini – Biólogo
Fabio Konder Comparato, jurista, USP
Fausto Figueira – deputado estadual PT-SP
Federico S. Alabern – Comerciante
Fernanda Pompeu, redatora e editora
Fernando Antonio de Souza Araújo – Economista
Fernando Morais, escritor
Fernando Silva – Ator
Francisco Celso Calmon Ferreira da Silva – Consultor organizacional
Francisco Roberval Mendes, professor, historiador, escritor, sociólogo
Francisco Soriano de Souza Nunes – Diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro
Franklin Martins
Frei Betto, escritor

Georges Bourdoukan – Jornalista e Escritor
Geraldo Jorge Sardinha – Aposentado
Geraldo Moreira Prado, professor universitário
Gloria Ferreira – Critica de arte
Graça Graúna – Escritora
Graciela Rodrigues, artista plástica
Gregório Gomes da Silva
Guida Aflalo – marchand

Guilem Rodrigues da Silva – Juiz
Hamilton Pereira, deputado estadual PT-SP
Heládio José de Campos Leme, economista e professor
Heleieth Iara Bongiovani Saffioti, socióloga
Helena Greco, militante de direitos humanos
Heloisa Bizoca Greco, coordenadora do Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania / Belo Horizonte-MG.
Heloisa Fernandes, socióloga, professora da ENFF, e USP
Hildegard Angel, jornalista
Hosana Ramos – Odontóloga
Idibal de Almeida Pivetta, advogado de presos político
Ilda Martins da Silva – em nome da família de Virgílio Gomes da Silva
Inácio Rodrigues artista prof plástico
Inez Oludé da Silva, artista plástica
Irun Sant’Anna – médico
Isa Gomes da Silva
Isis Proença
Italo Cardoso, vereador PT-SP
Itamar Antônio de Oliveira Júnior – Engenheiro Ambiental
Itamar Oliveira – Engenheiro
Ivan Pinheiro, secretário geral do PCB
Ivan Proença – Professor
Ivan Seixas, presidente do CONDEPE-SP
Izaías Almada, escritor.
Jackson Lago , governador cassado do Maranhão, e PDT-MA
Jair Krischke, militante dos direitos humanos.

Janete Capiberibe, deputada federal PSB- Amapá
Joana Darc Gontijo, Presidente da APPMG
João Capibaribe, ex- governador do Amapá, e senador
João Luiz Duboc Pinaud – Advogado
João Marques de Aguiar, Professor
João Miguel, ator
João Pedro Stedile, ativista do MST
Jorge Durán, cineasta
José Carlos Vidal – Economista
José de Souza Cândido, deputado estadual PT-SP
José Dirceu, advogado, ex Ministro-Chefe da Casa Civil do governo Lula
José Joffily. cineasta
José Luiz de Araújo Saboya – Metalúrgico
José Pereira da Silva – economista
José Safrany Filho – lutador das causas populares, membro do Comitê Bolivariano -SP
José Sérgio Gabrielle de Azevedo, presidente da Petrobras
José Xavier Cortez, editor
José Zico Prado, deputado estadual PT-SP
Júlio César Senra Barros – Ex Preso Político. Coordenador Municipal do Pronasci-RJ
Jun Nakabayashi, sociólogo

Karla Sant´Ana
Katia da Matta Pinheiro – Historiadora
Leonardo Boff, teólogo, escritor
Lincoln Ribeiro – Jornalista / Manaus/Am
Lindberg Faria – prefeito de Nova Iguaçu
Lorena Moroni Girão Barroso, psicóloga, servidora pública federal
Lucio França – Advogado
Luis Cardoso, advogado
Luiz Carlos Lacerda, cineasta
Magda Lopes Campbell, Diretora APPMG
Malu Alves Ferreira – Jornalista
Manfredo Caldas, documentarista
Marcello Cerqueira – Advogado
Marcelo de Barros Souza, benedetino, teólogo e assessor de movimentos populares.
Marcelo Santa Cruz – Militante dos Direitos Humanos, advogado, vereador PT Cidade de Olinda
Marcelo Vaz, Psiquiatra

Marcio Curi, cineasta e produtor DF
Marco Antônio Rodrigues Barbosa, advogado
Marcos Martins, deputado estadual PT-SP
Margarida Genevois , socióloga
Margot Queiroz , socióloga
Maria Alice Saboya – pedagoga e jornalista
Maria Amélia de Almeida Teles – União de Mulheres – SP
Maria Angelica Gentile, juíza aposentada
Maria Carolina Bissoto – advogada
Maria Christina Rodrigues, Professora e Assessora Parlamentar
Maria Cláudia Badan Ribeiro – Tradutora, doutoranda em História Social – USP
Maria Cristina Capistrano – educadora
Maria das Dores Nascimento – advogada – São Paulo
Maria das Graças Sena – Cineasta
Maria Ignez Pfister Professora
Maria Jose Machado – Aposentada
Maria Julia Martins – cidadã brasileira – rg: 7.775.179

Maria Lúcia Prandi ,deputado estadual PT-SP
Maria Marighella – atriz
Maria Matilde Leone, jornalista
Maria Soleneide Rodrigues do Nascimento – Educadora Popular
Maria Victoria Benevides , socióloga, professora da USP
Marília Guimaes,empresária, ex-exilada política
Marilourdes Fortuna – Assistente Social e Sanitarista
Mariluce Moura, jornalista.
Mario Albuquerque (Ceará) – Administrador de Empresas
Marly Zavar –coreografa
Marúcia Cabral , analista de sistema
Maurice Politi, presidente do Núcleo de Preservação da Memória Política
Maysa Pinto Machado, socióloga
Miriam Abramovay, socióloga
Mouzar Benedito – jornalista
Narciso Pires – militante de direitos humanos
Neiva Moreira – cientista político RJ
Nelson Martinez – Presidente da Associação dos Anistiados Políticos, Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado de São Paulo (ANAPI)
Nelson Serathiuk, sociólogo político
Nilce Azevedo Cardoso, Psicopedagoga
Nilcéa Freire , professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Nilmário Miranda, Jornalista
Nilson Furtado – metalúrgico
Oswaldo Nasser Miziara engenheiro
Patrus Ananias, ministro do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Paulo Abrão , presidente da Comissão de Anistia
Paulo Betti, ator
Paulo Cannabrava , Associação Brasileira da Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais
Paulo Henrique Teles Fagundes – Advogado
Paulo Roberto Franco Andrade – Professor
Paulo Vanucchi, cientista político
Pedro Albuquerque – Advogado e Sociólogo
Pedro Alves Filho, engenheiro

Pedro Casaldaliga, bispo emérito, e poeta
Perly Cipriano – diretório Nacional do PT
Raphael Martinelli – presidente do Fórum Permanente de ex-presos e perseguidos políticos
Raquel Naschenveng Mattes – UNESP – aposentada
Raymundo de Oliveira – prof. Engenheiro
Rebeca de Souza e Silva, professora, UNIFESP
Regina Orsi – Historiadora
Regina Paixão Linhares , advogada
Renato Gomes Vieira – Professor
Renato J. Mayer – Tradutor, escritor, economista
Renée de Carvalho
Roberto de Barros Pereira,engenheiro
Roberto Felício , deputado estadual PT-SP
Romildo Maranhão do Valle (irmão desaparecido político Ramires Maranhão Do Valle PCBR/1973
Ronaldo Duque, cineasta
Roque Aparecido da Silva – Sociólogo
Rose Nogueira, jornalista
Rui Falcão, deputado estadual PT-SP
Samuel Mac Dowell de Figueiredo, advogado
Sergio Caldieri – Conselheiro da ABI

Sérgio Muniz, cineasta
Silvia Negrão – Advogada
Silvio Tendler, cineasta
Simão Pedro, deputado estadual PT-SP
Sonia Eliane Lafoz, socióloga
Stella Bruna Santo – Advogada
Talita Meng – União Estadual dos Estudantes/ UEE-SP
Tania Fayal, produtora
Teresa Noll Trindade – Cineasta
Terezinha Vicente Ferreira – Jornalista e feminista / SP
Theotonio Dos Santos – economista e sociólogo
Urariano Mota, escritor e jornalista.
Valmiria Guida – Ag. Administrativo
Valter Pinheiro – Professor Aposentado da Rede Oficial do Estado do Ceará.
Vanderlei Siraque, deputado estadual PT-SP
Vanderley Caixe, advogado
Vera Artaxo – Jornalista
Vera de Fátima Vieira, jornalista
Vera Vital Brasil – Psicóloga clínica, GTNM-RJ, Fórum de Reparação e Memória do Rio de Janeiro
Vicente Cândido, deputado estadual PT-SP
Vilma Amaro- jornalista e historiadora
Virgílio Gomes da Silva Filho
Vlademir Gomes da Silva
Vladimir Sacchetta – Jornalista e produtor cultural
Wagner Tiso, músico
Wanda Regina Rodrigues, Professora

Fonte: Portal Luis Nassif

Inimigo número 1 da ditadura, Carlos Marighella é homenageado em São Paulo

Após 40 anos de sua morte, o guerrilheiro de esquerda e baiano Carlos Marighella recebeu o título de Cidadão Paulistano “in memoriam”, em cerimônia na Câmara Municipal de São Paulo, na noite de quarta-feira.

Marighella, que foi assassinado em uma emboscada pelos agentes da equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, em 4 de novembro de 1969, em São Paulo, foi reconhecido como herói em sessão solene.

O literário e professor Antônio Cândido, 91 anos, subiu na tribuna e fez um breve discurso sobre a importância da luta do guerrilheiro. “Marighella deixou de representar a liderança deste ou daquele grupo para se tornar a imagem de um brasileiro que transcendeu as contingências e é herói da nossa história”, afirmou.

A viúva de Marighella e perseguida política, Clara Charf, de 84 anos, emocionou-se ao falar sobre os tempos de clandestinidade e das lutas pelos ideais do companheiro. “Quando ainda nem se falava em feminismo, Marighella já defendia os direitos iguais entre homens e mulheres”, disse. “Ele merece não só o título de cidadão paulistano, mas também de cidadão do Brasil e do mundo”, desabafou.

Na mesa da cerimônia, estavam o chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), o ex-presidente do PT José Dirceu, o literário Antônio Cândido, ex-guerrilheiros comunistas, representantes do governo de Cuba, da Bolívia e líderes de movimentos sociais do País. O título concedido a Marighella foi aprovado sem resistência, por unanimidade, nas comissões e no plenário da Casa.

O filho de Marighella, Carlos Augusto Marighella, e a neta, Maria Marighella, que moram em Salvador, também estavam presentes na solenidade.

A homenagem na Câmara de São Paulo não é a única. O guerrilheiro também foi lembrado na Bahia, no ato “Marighella Vive”, com a presença do ministro da Secretaria Especial dos Diretos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi.

No próximo sábado, às 11h, será aberta a exposição “Marighella”, no Memorial da Resistência em São Paulo, antigo prédio do DOPS. A mostra vai de 8 de novembro a 25 de abril de 2010, com entrada gratuita de terça a domingo.

(Foto: Imagem retirada do site Brasil de Fato)

Fonte: Ultimo Segundo

Escritos

Poesia – Marighella mostrou desde cedo pendor para a poesia. No curso de engenharia, divertia professores e colegas fazendo provas em verso. Também foi com versos que atacou o interventor baiano Juracy Magalhães, o que lhe valeu sua primeira prisão e tortura em 1932. Sua obra poética está reunida no livro Rondó da Liberdade. Seus poemas, de caráter nitidamente político, apresentam por vezes um notável lirismo.

Algumas questões sobre a guerrilha no Brasil- A crise brasileira. Trabalho teórico no qual analisa a conjuntura nacional a partir da estrutura de classes do Brasil e critica o PCB por resguardar-se de qualquer atividade consequente, acomodado na ilusão de um processo eleitoral limpo, e, ao mesmo tempo, refratário ao divórcio da burguesia.

Minimanual do Guerrilheiro Urbano – foi escrito em 1969, para servir de orientação aos movimentos revolucionários e libertários. Circulou em versões mimeografadas e fotocopiadas, algumas diferentes entre si, sem que se possa apontar qual é a original. Nos anos 80, a CIA – Central Inteligence Agency, dos Estados Unidos, fez traduções em inglês e espanhol para distribuir entre os serviços de inteligência do mundo inteiro e para servir como material didático na Escola das Américas, por ela mantida, no Panamá.

Outros escritos políticos
Alguns escritos políticos de Marighella, embora redigidos por ele em português, ganharam primeiro uma edição em outra língua, devido à censura imposta a obras do gênero pelo regime militar brasileiro. É o caso de Pela Libertação do Brasil, que, em 1970, ganhou uma versão na França financiada por intelectuais marxistas.Estão disponíveis em português: Alguns Aspectos da Renda da Terra no Brasil (1958), Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil (1967) e Chamamento ao Povo Brasileiro (1968).

Bibliografia

* NÓVOA, Cristiane; NÓVOA, Jorge. Carlos Marighela: o homem por trás do mito. São Paulo, Editora UNESP, 1999. 560 p.
* TEIXEIRA, Edson. Carlos: a face oculta de Marighela. Vassouras, 1991. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Severino Sombra.
* BETTO, Frei. Batismo de Sangue : Guerrilha e Morte de Carlos Marighella . 14ª ed. rev. e ampliada. Rio de Janeiro, Rocco, 2006. 447 p.ISBN 85-325-2061-8

Filmografia

* Marighela, retrato falado do guerrilheiro (Brasil, 55 m) – Direção: Sílvio Tendler
* É Preciso Não Ter Medo – Relatos de Carlos Marighella (Brasil, 32 m)
* Batismo de Sangue {Brasil, 110 m) – Direção:Helvécio Ratton

Referências

1. ↑ GASPARI, Elio – A Ditadura Escancarada, p. 193 e 194.
2. ↑ BETTO, Frei. Batismo de Sangue : Guerrilha e Morte de Carlos Marighella . 14ª ed. rev. e ampliada. Rio de Janeiro, Rocco, 2006. 447 p. ISBN 85-325-2061-8
3. ↑ Companheira de Carlos Marighella recebe indenização do governo
Fonte: wikipédia

Foto em destaque: Reprodução/ Diálogos do Sul 

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