Se a gente for observar a quantidade de negros que fazem parte do mundo da moda – ou até mesmo no mercado de trabalho – vamos encontrar uma porcentagem muito baixa. Mas o que justifica isso? No Brasil não existem pessoas de pele escura?
Foi com o mesmo questionamento que um casal (Cláudio e Victoria) de Salvador, na Bahia, decidiu abrir o salão de beleza Mukunã Dreadlocks, uma empresa que quer empoderar o povo negro através da representatividade do cabelo rastafari.
E é exatamente esse tipo de penteado que mais sofre repressão no Brasil. A ideia da Mukunã, além de tudo, é mostrar diferentes tipos de cores e estilos que cada dread pode ter, reforçando a cultura africana. Inclusive, ‘mukunã’ quer dizer ‘cabelo’ em iorubá, idioma falado no sul do Saara, na África.
Há pouco tempo, o fotógrafo brasileiro Kelvin Yule se reuniu com o Victoria e Cláudio para um ensaio utilizando modelos afrodescendentes. E, vendo essas imagens, reforçamos a pergunta: por que tão poucos negros nas passarelas e campanhas publicitárias?
Todas as fotos © Kevin Yule