Caso Marielle: PF vai investigar se agentes públicos atuam para impedir resolução do crime

FONTEPor Débora Melo, do HuffPost Brasil
(Foto: © Renan Olaz/CMRJ)

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou nesta quinta-feira (1º) que a Polícia Federal vai entrar no caso Marielle para apurar denúncias de que uma organização criminosa estaria atuando para obstruir a investigação e impedir a resolução do crime.

A vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSol) e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros em 14 de março deste ano, na capital fluminense.

De acordo com o ministro, a suspeita é que façam parte dessa organização criminosa agentes públicos envolvidos na investigação do caso, milicianos e o crime organizado.

“São denúncias extremamente graves, que falam de uma organização criminosa para impedir, obstruir e desviar a elucidação dos homicídios”, disse Jungmann em entrevista coletiva, em Brasília.

A investigação dos assassinatos está hoje sob responsabilidade do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O ministro, no entanto, não revelou a que instituições pertencem os agentes públicos que serão investigados.

A abertura do inquérito que será delegado à PF foi um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a partir de dois depoimentos colhidos recentemente — um deles há cerca de um mês e o outro há aproximadamente 15 dias. Segundo Jungmann, a partir de agora serão duas investigações em paralelo.

“Estamos criando outro eixo, que vai investigar aqueles que estão dentro da máquina pública ou dentro do crime organizado”, disse Jungmann, que considera a Polícia Federal “uma das melhores polícias investigativas do mundo”.

“Evidentemente a PF vai procurar a colaboração do Ministério Público Estadual e daqueles agentes públicos que julgar conveniente. Se essa investigação levar luz sobre quem matou Marielle e Anderson, é uma possibilidade, mas não é esse o objeto”, completou.

O ministro ainda lembrou que o crime completará 8 meses nos próximos dias.

“O que nos preocupa até aqui, passado todo esse tempo, é que não há um claro encaminhamento, uma resolutividade (…) Estamos diante de um crime que, sem sombra de dúvida, fere a democracia, os direitos humanos e a própria representação popular.”

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