“Já chego dando calcinha e sutiã”

Folha de São Paulo – 

Foto: Caiua Franco/TV Globo

A atriz Christiane Torloni chama de “marola” a notícia de que teria sido advertida pela Globo por discriminar uma camareira.
Ela teria dito “Que raça, ô raça!” ao mandar a funcionária negra, Fátima, sair do camarim que utilizava. A Globo diz que não advertiu a atriz e que, se algo houve, foi coisa de momento.
FOLHA – Você foi advertida pela Globo por discriminação?
CHRISTIANE TORLONI – Isso é alguém ateando fogo para ver se pega. A Globo não me procurou. Se eu tivesse um histórico de confusão para ser advertida, tudo bem. Mas faço uma série de institucionais para a própria Globo. Estão levantando uma marola que não tem força.

FOLHA – A agressão aconteceu?
CHRISTIANE – Quando me ligaram para falar disso, estava me preparando para gravar e perguntei no estúdio se alguém sabia de alguma coisa. O ambiente lá é muito gostoso.

FOLHA – Você conhece a camareira Fátima, que a teria denunciado?
CHRISTIANE – Nem sabia que tinha camareira com esse nome. É tanta gente lá e minha relação é ótima com todas. Ninguém as defende mais do que eu. Antes de uma novela começar, já chego dando presente para elas, dando calcinha e sutiã para ficar bem com todo mundo. Quando alguém do elenco tira a roupa e joga no chão, eu digo que camareira não é escrava e recolho a peça.

FOLHA – Você procurou a Globo ou a Fátima para falar sobre isso?
CHRISTIANE – A Globo nem está sabendo do que se trata. Essa coisa de advertência é uma palavra escolar, de quando a gente ia para a sala do diretor depois de aprontar. Imagine a gravidade do que um ator teria que fazer para ser advertido!

FOLHA – Um ato de racismo é caso de advertência.
CHRISTIANE – Mas a própria Globo não me procurou para falar que eu estaria advertida. Estou sempre na rua, defendendo minhas causas. Não sou eu quem vai ter uma atitude racista.

Matéria original: “Já chego dando calcinha e sutiã”

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