Ciência sem Fronteiras

Ciência sem Fronteiras

O Programa Ciência sem Fronteiras é um ato revolucionário. Está transformando a vida de cem mil jovens brasileiros, dando-lhes a oportunidade para ver o mundo, estudar numa língua diferente e experimentar a vida diária numa outra universidade.

Por Alex Ellis, do  Brasil Post

Brasília – DF, 25/06/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de lançamento da segunda etapa do Programa Ciência sem Fronteiras. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

O Reino Unido é o país que recebe mais estudantes no programa, salvo os Estados Unidos. Não é uma surpresa. Temos algumas das melhores universidades no mundo (4 dos primeiros 6 segundo um ranking mundial), e uma diversidade de excelência em termos de cursos e universidades, desde petróleo e gás nas universidades escocesas até moda na universidade de DeMontfort, em Leicester.

Quando viajo dentro do Brasil, falo sempre com estudantes do Ciência Sem Fronteiras, para ouvir as suas impressões. Assim fiz na semana passada em Recife, bela cidade com laços fortes com o meu país. Os estudantes falaram muito positivamente sobre as experiências deles, desde o acolhimento que receberam quando chegaram até a qualidade e estilo muito diferente de ensino – no meu pais há menos aulas e mais estudo prático, feito fora da aula. Houve, como era de esperar, algumas reclamações, por exemplo a dificuldade em obter estágios em empresas (que foi pior no começo, em 2012), e também algumas dúvidas sobre a comida; uma alumnus disse que ela tinha receio de fish and chips.

O fluxo de conhecimento e talento não é só do Brasil para fora. Uma consequência do programa é a criação de laços diretos entre universidades britânicas e brasileiras, com mais investimento no Brasil de diversas universidades do meu país, procurando não só estudantes mas também parcerias na pesquisa.

Seja qual for o país, acho o programa uma excelente iniciativa. Vai mudar para sempre a vida daqueles que participarem. Foi assim para mim, depois de ter vivido na Índia por um ano quando tive 18 anos. Foi assim para a minha mulher também, uma lisboeta, depois de terminar o colégio na Califórnia. Ninguém fica o mesmo depois de ter passado tempo numa outra cultura. E ninguém volta para seu próprio país com as mesmas ideias que tinha antes. Talvez a viagem mais difícil de fazer não é aquela de ida, mas de volta, olhando para coisas familiares duma maneira muito diferente.

Por isso digo que o programa Ciência sem Fronteiras é um ato revolucionário. Uma revolução benéfica para o estudante, os países recebedores como o meu, e para o Brasil. E um ato de internacionalização do Brasil que, espero, terá consequências positivas por muitos anos.

 

 

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