Conceição Evaristo é eleita a nova imortal da Academia Mineira de Letras

Aos 77 anos, escritora belo-horizontina passará a ocupar a cadeira 40 da AML, que pertencia a Maria José de Queiroz

FONTEFolha de São Paulo, por Leonardo Augusto
A escritora Conceição Evaristo - Foto: Lucas Seixas/Folhapress

A escritora Conceição Evaristo, 77, foi eleita nesta quinta (15) membro da Academia Mineira de Letras, na cadeira número 40, já ocupada por Afonso Pena Júnior e por Maria José de Queiroz, morta em novembro de 2023.

Evaristo recebeu 30 votos, entre 34 possíveis, em disputa que envolveu outros cinco candidatos. A cadeira da escritora tem com patrono Visconde de Caeté.

“A chegada de Conceição Evaristo à Academia Mineira de Letras —a par do reconhecimento de sua trajetória como professora, romancista e poeta, com justiça celebrada no Brasil e no exterior— tem também o sentido de impregnar esta casa com suas qualidades e história de vida”, afirmou em nota o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão.

Ficcionista e ensaísta, a escritora teve sua primeira publicação lançada em 1990 na série Cadernos Negros, antologia coordenada pelo grupo Quilombhoje, coletivo de escritores afro-brasileiros de São Paulo.

Suas primeiras obras individuais, “Ponciá Vicêncio” (2003) e “Becos da Memória” (2006) foram publicadas pela Mazza Edições; sendo seguidas por “Poemas da Recordação e Outros Movimentos” (2008) e “Insubmissas Lágrimas de Mulheres” (2011), ambos pela Editora Nandyala. As duas são editoras mineiras sediadas em BH.

Maria da Conceição Evaristo nasceu na favela do Pindura Saia, na região Centro-sul da capital mineira, em 29 de novembro de 1946.

As obras mais recentes são “Canção para Ninar Menino Grande” (Pallas) e “Macabéa: Flor de Mulungu” (Oficina Raquel).

Sua produção, que envolve poemas, contos, romances e ensaios, em grande parte está traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.

Em 2015, a escritora recebeu o Prêmio Jabuti na categoria contos e crônicas pelo livro “Olhos D’água”. Em 2017, recebeu o Prêmio Cláudia na categoria Cultura; já em 2018, o Prêmio Revista Bravo na categoria Destaque, o Prêmio do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Nicolás Guillén de Literatura pela Caribbean Philosophical Association e o Prêmio Mestre das Periferias pelo Instituto Maria e João Aleixo.

Em 2019, foi a grande homenageada do 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária. Em 2023, foi agraciada com o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano e laureada com o prêmio Elo no Festival Internacional das Artes de Língua Portuguesa.

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