Conheça 14 mulheres que usam as redes sociais para tornar o mundo um lugar melhor

Chidera Eggerue, Scarlett Curtis e Liv Little estão na lista de mulheres que fazem uso positivo das redes Foto- Arte de José Lopes sob foto divulgação - O Globo

Tomar as ruas foi — e ainda é — fundamental para a luta feminista, mas as novas mídias mudaram o campo de jogo

por Celina no O Globo

Chidera Eggerue, Scarlett Curtis e Liv Little estão na lista de mulheres que fazem uso positivo das redes Foto- Arte de José Lopes sob foto divulgação – O Globo

Das sufragistas que se acorrentaram às grades do Parlamento Britânico para condenar o tratamento dado às mulheres às imagens demanifestantes que, nos anos 1970, marchavam pelos direitos reprodutivos e pela igualdade no local de trabalho. A mobilização das mulheres contra a misoginia tem sido parte crucial da história do século XX.

Tomar as ruas foi — e ainda é — fundamental para a luta em curso pela libertação, mas as mídias sociais mudaram o campo de jogo. A ascensão do ativismo global on-line, ou “feminismo em rede”, é a resposta do mundo a essa forma de protesto. Sites como Facebook e Instagram estão sendo usados para responder ao sexismo com apenas o clique de um botão.

Mulheres como Tarana Burke, ativista que lançou o movimento #MeToo em 2006 no Myspace — anos antes das acusações de agressão sexual contra o produtor de Hollywood Harvery Weinstein virem à tona — utilizam as ferramentas à nossa disposição na era digital.

Enquanto isso, mulheres como Chidera Eggrue, que tornou viral a hashtag #SaggyBoobsMatter, inspiram positividade corporal por todo o mundo.

As mídias sociais se tornaram uma ferramenta poderosa para as mulheres abordarem os infinitos problemas na sociedade, como o assédio sexual que sofrem diariamente.

Pensando nisso, separamos algumas delas que se destacam no uso de suas mídias sociais na luta para tornar o mundo um lugar melhor.

Marley Dias

@iammarleydias

Marley Dias Foto- Reprodução:Instagram

Com apenas 11 anos de idade, Marley Dias chamou a atenção do mundo em 2016 quando se sentiu frustrada com a falta de diversidade no currículo escolar. A partir daí, ela criou a campanha #1000blackgirlsbooks (#1000LivrosdeMeninasNegras, em tradução livre), pedindo doações de livros escritos por mulheres negras. Quase 4 mil títulos foram doados e, agora, Dias enfrenta diariamente o preconceito e defende a diversidade na literatura.

Rina Sawayama

@rinasonline

Rina Sawayama Foto- Reprodução Instagram

Rina surgiu em uma explosão de néon, no começo de 2016, quando lançou o single “Where U Are”, explorando o modo como os humanos interagem como a mídia digital. Desde então, a cantora e modelo londrina tem sido pioneira do feminismo interseccional. Seja cantando sobre suas experiências como mulher pansexual ou iniciando conversas no Twitter sobre a apropriação na mídia, Rina tem tomado o mundo da música e as mídias sociais com o seu trabalho. Em uma rápida olhada no seu Instagram, ela revela a mulher confiante que é, sem medo de expressar suas opiniões para seus 141 mil seguidores.

Chidera Eggerue

@theslumflower

Chidera Eggerue Foto- Reprodução Instagram

Com apenas 24 anos, Chidera ganhou destaque com sua campanha #SaggyBoobsMatter. “Apenas mulheres de seios pequenos são ‘permitidas’ a não usar sutiã”, disse em uma entrevista ao The Guardian. “Eu não entendo o porquê… Precisava contestar isso”.

Sua decisão de não usar sutiã não deveria ser considerada radical. No entanto, aqui está ela, em 2019, desafiando a mesma ideia que as mulheres são pressionadas a perpetuar. Mulheres de todas as idades e corpos usaram a hashtag para mostrar orgulho de si mesmas, como resultado da positividade corporal que Eggerue defendeu. Em seu blog, chamado “The Slumflower”,  ela também discute sexismo, feminismo e racismo.

Scarlett Curtis

@scarcurtis

Scarlett Curtis Foto- Reprodução Instagram

Autora do livro “Feminists don’t wear pink & other lies” (Feministas não usam rosa e outras mentiras, em tradução livre), Scarlett foi co-fundadora do The Pink Proteste, um coletivo que ajuda jovens ativistas feministas a agirem on-line, em 2017, usando suas mídias sociais para desafiar a misoginia sempre que a encontra.

Tarana Burke

@TaranaBurke

Tarana Burke Foto- Reprodução Instagram

Também conhecida como a mãe do movimento #MeToo, Tarana é a ativista social americana amplamente responsável pelo movimento internacional contra o assédio sexual que se tornou viral em outubro de 2017.

A frase foi usada pela primeira vez em 2006, em sua conta no MySpace, em resposta à uma menina de 13 anos que havia sido agredida sexualmente. A hashtag ganhou força depois que a atriz Alyssa Milano encorajou vítimas de assédio a tuitar a frase.

Isso aconteceu pouco antes das acusações de abuso sexual contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein virem à tona. A hashtag #MeToo foi usada pelo menos 19 milhões de vezes nas redes sociais.

Burke se dedica ao ativismo para vítimas de abuso e continua promovendo essas questões nas redes sociais. Sozinha, ela mudou a conversa sobre violência sexual.

Sophie Sandberg

@catcallsofnyc

Trabalho de Sophie Sandberg Foto- Reprodução Instagram

Cansada de andar pela rua sem ser constantemente assediada pelos homens, a ativista Sophie Sandberg usou o Instagram para expor uma epidemia na sociedade.

Armada com giz colorido, ela começou a documentar as coisas que ouvia enquanto andava pelas ruas de Nova York no final de 2016. Conversando com a BBC sobre o projeto, ela declarou que escrevia as frases no mesmo local em que as escutava, na esperança de quem tivesse falado se lembrasse também.

As mulheres ao redor do mundo se inspiraram com o seu trabalho e vários outros perfis como o de Sophie apareceram na rede social.

Hannah Witton

@hannahwitton

Hannah Witton Foto- Reprodução Instagram

Hannah Witton é uma YouTuber e autora que tem feito comentários sobre sexualidade, relacionamentos e questões femininas desde 2011.

Ao longo dos anos, o seu canal no youtube acumulou mais de 500 mil inscritos. Ela fala abertamente sobre sua vida sexual em vídeos como “Quantas pessoas dormiram comigo?” e “Os benefícios do pornô”.

Hannah também é defensora da positividade corporal — seu vídeo mais visto, com mais de 8 milhões de visualizações, é sobre seios grandes — e doenças invisíveis. Ela mesma sofre de colite ulcerativa e ostenta orgulhosamente um estoma.

Adwoa Aboah

@adwoaaboah

Adwoa Aboah Foto- Reprodução Instagram

A modelo britânica Adwoa Aboah não é estranha ao efeito incapacitante da depressão que sofreu. É por isso que criou a comunidade de saúde mental “Gurls Talk”.

Tudo começou em 2015, com uma conta no Instagram, que agora serve como lugar para discutir assuntos que afetam mulheres sem medo de julgamento.

Desde então, “Gurls Talk” tornou-se um podcast semanal e uma série de eventos organizados que reúnem mulheres de todo o mundo. Conversando com a BBC sobre o projeto, Aboah observou: “Na escola ainda não há um lugar para meninas e meninos perceberem que não estão sozinhos. Há uma luz no fim do túnel. Eu prometo isso”.

Laci Green

@gogreen18

Laci Green Foto- Reprodução Instagram

A youTuber Laci Green tem educado seus assinantes sobre as nuances da educação sexual há mais de dez anos e já acumulou mais de 1,4 milhões de inscritos em seu canal.

Seus vídeos, que são proeminentes no movimento de sexo positivo devido à franqueza, cobrem tópicos como controle de natalidade, hormônios e aborto, na tentativa de remover o estigma que os rodeia.

Green também é muito franca em relação ao assédio moral e sexual, sendo uma das primeiras YouTubers a abordar as reclamações de assédio sexual impostas contra a youtuber Sam Pepper, em 2014.

Ash Sarkar

@AyoCaesar

Ash Sarkar Foto- Reprodução Instagram

Ash Sarkar é um jornalista dinâmica que faz sucesso na internet e na TV. Ela defende os direitos das mulheres e dos imigrantes nas redes sociais, com uma conta no Twitter repleta de comentários políticos com pegada humorística.

Enquanto isso, sua conta no Instagram mostra todo o trabalho de campanha de Ash, incluindo protestos contra a mudança climática e o Brexit. Sarkar também é editora sênior da Novara Media — uma organização noticiosa de esquerda independente e radical.

Gina Martin

@ginamartin

Gina Martin Foto- Reprodução Instagram

A escritora e ativista Gina Martin chegou às manchetes nacionais quando começou uma campanha viral para tornar ilegal oupskirting — prática de fazer fotografias não autorizadas sob a saia de uma mulher.

No Facebook, ela explicou como um homem tirou fotos de sua virilha sem sua permissão e saiu impune em um post que se tornou viral em 2017.

Gina lançou uma petição para que seu caso fosse reaberto e para que a ação fosse parte da Lei de Ofensas Sexuais de 2003.

Usando a hashtag #StopSkirtingTheIssue, a petição conseguiu obter mais de 100 mil assinaturas. Em 2019, o upskirting se tornou ilegal, o que se deve em grande parte aos esforços de Martin. A ativista continua a promover causas feministas para seus 40 mil seguidores no Instagram.

Rowan Blanchard

@rowanblanchard

Rowan Blanchard Foto- Reprodução Instagram

Quando Rowan Blanchard não está no mundo de atuação, ela está no Twitter e no Instagram para falar com seus 5,1 milhões de seguidores sobre seu ativismo.

A jovem de 17 anos usa sua plataforma para discutir questões sociais e econômicas, com tópicos tão diversos quanto direitos humanos e controle de armas, e não tem medo de dar voz àqueles que não foram ouvidos.

Blanchard foi muito vocal no rescaldo do tiroteio de Stoneman Douglas, no início deste ano, conversando com ativistas e destacando sua situação nas mídias sociais.

Liv Little

@livlittle

Liv Little Foto- Reprodução Instagram

Como fundadora da Gal-dem, uma revista produzida por mulheres negras, Liv Little ganhou reconhecimento internacional por seu trabalho na diversificação da mídia impressa.

Depois de ficar frustrada com a falta de representatividade na Universidade de Bristol, a jovem de 25 anos criou a publicação em uma tentativa de dar voz às mulheres de negras na mídia. Seu negócio está crescendo rapidamente, junto com as mídias sociais de Gal-dem, que somam mais de 111 mil seguidores, onde fala de assuntos variados, como ativismo e literatura.

Kat Blaque

@kat_blaque

Kat Blaque Foto- Reprodução The Independent

Blaque é uma ativista transgênero que fez sua carreira falando sobre racismo, transfobia e privilégio branco em seu canal de sucesso do YouTube.

Em entrevista ao “The Huffington Post”, ela disse: “Eu sou uma mulher. Eu sou preta. Eu sou curvilínea e sou trans … quando falo sobre essas coisas, estou literalmente falando sobre minha personificação desses cruzamentos”.

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