‘Cura gay’: ABGLT e UNE divulgam notas em defesa do estado laico

 

Diversas organizações têm repudiado a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 234/11 na terça-feira (18), que designa a “cura gay”, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal. Na sexta (22), além da União Brasileira de Mulheres (UBM), reproduzida pelo Vermelho, também se pronunciaram a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

“Para a UNE, a “cura gay” é uma incitação à homofobia e um insulto à dignidade humana, aos direitos humanos e à laicidade do Estado. A orientação sexual é uma das expressões da condição do sujeito e sua livre manifestação é direito humano fundamental, que deve ser respeitado”, diz um trecho da nota da entidade estudantil.

Tanto a UNE, quanto a ABGLT, lamentam que políticos como o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e João Campos (PSDB-GO), autor do projeto de lei, que simbolizam um retrocesso na pauta progressista do país.

“É inadmissível que os líderes de uma Comissão de Direitos Humanos repassem a pauta para frente, na tentativa de abrir brechas para psicólogos(as) religiosos(as)usarem de sua profissão para “curar” as pessoas homossexuais de uma suposta doença. Para a UNE, o remédio desse projeto é a garantia e a observância da laicidade do Estado”, destaca a nota dos estudantes.

A ABGLT, fundada em 1995, que congrega atualmente 285 organizações, também defende a laicidade do estado brasileiro e condena veementemente a chamada “cura gay”, afirmando que o Projeto de Decreto Legislativo nº 234/2011 “é uma proposta de setores fundamentalistas retrógradas da sociedade brasileira que fazem uso do Poder Legislativo para promover ideais de cunho religioso contrários à homossexualidade e favoráveis à sua patologização, na tentativa de abrir brechas para psicólogos(as) religiosos(as) fundamentalistas usarem de sua profissão para “curar” as pessoas homossexuais de uma suposta doença.”

“O Projeto de Decreto Legislativo é uma incitação à homofobia e uma afronta à ciência, à dignidade humana, aos direitos humanos, à laicidade do Estado e à autonomia do Conselho Federal de Psicologia no que diz respeito às suas deliberações quanto à conduta e à ética profissional, além da composição da maioria dos(das) convidados(as) da Audiência indicar viés pela predominância do discurso da intolerância religiosa em detrimento dos ideais da democracia igualitária”, completa a nota da ABGLT.

A entidade que representa gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pontua a diferença em entre um movimento evangélico exigir que as pessoas “‘deixem o estilo de vida gay’ (sic), e uma pessoa voluntariamente querer buscar apoio psicológico para superar eventuais dificuldades de aceitação da própria orientação sexual, momento em que o papel do(da) psicólogo(a) deve ser o de ajudar a pessoa a se aceitar e não impor um determinado desfecho que envolva a tentativa de mudar, ou “curar”, a sua orientação sexual”.

 

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Fonte: Vermelho

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