Dança do Lelê

(Embora o som não esteja com boa qualidade, vale a pena conhecer o estilo da dança)

A dança-do-lelê ou péla-porco é uma dança folclórica brasileira que remonta ao século XIX. Trata-se de uma dança de salão, profana, mas que costuma ser dançada em honra de determinados santos, ao longo do ano. A sua origem é provavelmente francesa e tem algumas características da dança ibérica. É geralmente acompanhada musicalmente pelo violão, cavaquinho (ou banjo), pandeiro, castanholas, flauta e rabeca. Consta de uma “brincadeira” coordenada por um mandante, que dá as ordens aos pares de dançantes que se organizam em duas filas (dos homens e das mulheres). A dança é dividida em quatro partes: o chorado (o convite para a festa); a dança grande (a parte mais complexa e diversificada da dança, que consta do cortejamento dos pares); a talavera (dança-se pela madrugada, de braços dados); e, finalmente, de madrugada, o cajueiro, em que os “brincantes” saúdam os presentes, no que é designado como “juntar castanhas” ou “entregar o caju”.

Encontrada no Maranhão, na região do Munim, particularmente nos municípios de Rosário (povoado de São Simão) e Axixá, a Dança do Lelê guarda em muitas de suas características os traços das danças de salão trazidas para o Brasil pelos povos ibéricos.

É conhecida também como Dança do Péla (péla Porco), associada a um costume antigo de pessoas que se reuniam para matar galinhas e pelar porcos, o que garantia o alimento do dia posterior à festa. É uma dança de salão rica em expressão coreográfica e em cantos, dividida em quatros momentos principais. Outra denominação que lhe é atribuída diz respeito à faixa etária dos brincantes, pessoas de ambos os sexos, em idade madura (70 a 80 anos), o que a faz conhecida como Dança dos Velhos.


Musicalidade e dança

 

O acompanhamento musical é feito por um conjunto de instrumentos que inclui o violão, o cavaquinho (ou o banjo) e o pandeiro como instrumentos principais, existindo ainda outros, como: rabeca pífano (ou flauta) e castanholas. Os brincantes reúnem-se em pares, dispondo-se em duas filas, uma de homens e outra de mulheres. O primeiro par é conhecido como cabeceira de cima e o último cabeceira de baixo.

Há uma pessoa responsável pela coordenação das coreografias, chamada mandante, função que pode ser exercida também pela cabeceira de cima. Os cantos, por vezes, são tirados de improviso, cantados de acordo com o desenvolvimento da brincadeira. Enquanto os homens apresentam uma animada dança, que inclui pulos e sapateados e executam o maior número de passos, gritando “Ielelê!” ou ‘Péla!’, as mulheres apresentam-se mais sóbrias.

Apresentações

Por reunir motivações profanas e religiosas, é comum que suas apresentações ocorram de acordo com o calendário das festas católicas, embora não existam datas fixas para isso, podendo ainda ser apresentada como pagamento de promessa. Logo, podemos encontrá-la nos seguintes meses: maio, por ocasião da Festa do Divino da cidade; junho, na festa de Santo Antônio; agosto, na festa de São Benedito; dezembro, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Conceição; em janeiro, no dia de Reis; também ocorre no período carnavalesco. Nas apresentações em residências, a despesa corre por conta do dono da casa.


Partes da dança

A dança se divide nos seguintes momentos:

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Chorado

É o inicio da festa, no qual os pares escolhem-se, formando os cordões. Por intermédio de estrofes cantadas em seis versos, saudando a platéia, apresentando os cantores e tocadores, louvando santos ou criticando os presentes, torna-se uma espécie de convite à festa.
A Dança Grande – marcada por uma coreografia diversificada, cujos passos recebem nomes especiais e na qual os brincantes se cortejam, é a parte mais longa da dança. Os brincantes apresentam-se muito animados e os cantos têm estrofes de quatro versos, envolvendo temas satíricos e diálogos entre os cantadores.

A Talavera

Deve ser dançada durante a madrugada, caracteriza-se pela dança de braços dados entre os brincantes e constitui-se um dos momentos principais de toda a dança. Os cantos, feitos em estrofes de quatro versos, falam dos motivos da estar na festa, sendo as abordagens geralmente românticas.

Cajueiro

Marcada por cantos em estrofes de quatro versos, saudando os músicos, o dono da casa e os espectadores, o Cajueiro, última parte da dança, tem coreografia muito variada, conhecida como “juntar castanha e entregar o caju” e acontece logo ao alvorecer.

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Texto obtido em: culturanordestina.blogspot.com e wikipedia – enciclopédia livre

Pesquisa e seleção de imagens: Carlos Eugênio Marcondes de Moura
Imagens obtidas em Google Imagens

 

 

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