Debates do Fianb resultam em Carta do Audiovisual Negro por uma Democracia Antirracista

A programação do Festival Internacional do Audiovisual Negro no Brasil inclui debates que serão a base de Carta para Equipe de Transição do Governo Federal

FONTEEnviado para o Portal Geledés
Abertura do Fianb 2022 - Foto: Divulgação

O audiovisual negro brasileiro, sua “Memória e Futuridades”, é a grande estrela das mostras nacionais e internacionais, filmes, oficinas, painéis de debates, do Festival Internacional do Audiovisual Negro no Brasil (Fianb), em São Paulo. Nessa terceira edição, realizada entre os dias 23 e 27 de novembro, o tema geral “O audiovisual negro como um espaço de uma convocação para a vida” fomenta e dá base à elaboração da Carta do AudioVisual Negro por uma Democracia Antirracista, a ser entregue à Equipe de Transição do Governo Federal.

Esse documento dirigido ao governo eleito será lançado na programação de aniversário da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), que é realizadora do Fianb, no dia 08 de dezembro. Convocar para a vida, para realizações, essa chamada permeia tanto as narrativas negras, exibidas no Festival, que reposicionam o imaginário coletivo sobre a população negra no audiovisual, quanto é ponto de partida para as discussões sobre o setor no pós-eleições e em relação aos próximos anos. 

Abertura do Fianb 2022 – Foto: Divulgação

O objetivo da Apan, realizadora do Fianb, é atualizar a Carta do Audiovisual Negro às Candidaturas Antirracistas. A Conselheira Regional e uma das Diretoras Artísticas do  Festival, Tatiana Carvalho Costa, explica: “A proposição desta nova carta compreende a força do audiovisual como parte fundamental do imaginário e da reconstrução de um país verdadeiramente democrático, diverso e inclusivo. Esse é um novo cenário político que se desenha, a partir da eleição de Lula, que traz a questão racial para o centro. O documento será encaminhado para a equipe de transição do governo, especialmente nos GTs de Cultura e Comunicação.”

Tatiana também destaca algumas das mesas que têm participantes e temas com potencial para lastrear o documento, como o Painel “Tecnologias ancestrais: as construções políticas do movimento negro no contemporâneo”, com Natália Carneiro, Sil Bahia, Beatriz Lourenço e mediação de Joyce Prado; “A comunicação pública como janela de conexão das diásporas”, com Joel Zito Araújo, Rita Freire, Jeã Santos e mediação de Rodrigo Antonio e “Mercado audiovisual e equidade racial”, com Tom Pinheiro, Gledson Mercês, Maria Shu e mediação de Janaina Oliveira ReFem.

DIÁSPORA – Na visão da organização do Festival, esses três painéis têm um papel central para fornecer material para a redação da Carta destinada ao Governo brasileiro, mas é preciso ressaltar a importância das conexões internacionais, inclusive para esse documento. “Ao incentivar as trocas diaspóricas, partilhas com outros países, conhecer experiências bem-sucedidas, identificar o que é comum nos imaginários e, assim, avançar para a produção audiovisual mais democrática, mais plural, com real participação da população negra no Brasil e na diáspora.”, ressalta Rodrigo Antonio, Presidente da APAN.

Uma das reflexões que marcam essa edição do Fianb é, diante desse cenário político mais amistoso para Cultura e Comunicação, “como fazer com que as narrativas e existências negras não fiquem restritas a alguns cenários e conjunturas, para que a presença e permanência negra no mercado audiovisual brasileiro seja a regra e não a exceção, fazendo jus à composição da população brasileira, de maioria negra?”, questiona Kariny Martins, também Diretora Artística do Festival e Conselheira Regional.

INFANTIL – Além dos debates, há atividades do Festival em diversos espaços na capital paulista, cumprindo o objetivo de fomentar a formação e expansão de público, inclusive infantil, além de capacitação para profissionais e pessoas interessadas no audiovisual.

A Mostra Brasil Infantil, por exemplo, reúne curtas da Bahia, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Sergipe. Filmes como “Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas”, de Pamela Peregrino (BA) e “O véu de Amani”, de Renata Renata Diniz (DF).  serão exibidos no IbiraLab Cine, no Jardim Ibirapuera (Zona Sul), no sábado (26), das 11h às 12h, pensada para crianças e adolescentes conhecerem mais de temáticas e realizações do audiovisual negro brasileiro.

Os espaços onde acontecem as atividades são: CCSP – Centro Cultural São Paulo (Sala Paulo Emilio e Anexo da Sala Adoniran),  IbiraLab Cine – Jardim Ibirapuera – Zona Sul, Cineteatro do IMS,  Casa Geledés, Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca. Para mais detalhes, consultar a programação na página do Festival (abaixo).


SERVIÇO – 3º Fianb – Festival Internacional do Audiovisual negro no Brasil

Datas: De 23 a 27 de Novembro

Locais – Diversos – São Paulo/SP (Consulte a programação: http://bit.ly/3AJjh13)

AfriDocs: https://afridocs.net

Edição do II FIANB https://youtu.be/2eZbluBWl1Q – Fotos 2021 – https://bit.ly/FotosFianb2021

Fotos: https://bit.ly/ApanDivulgação e https://bit.ly/ApanDivulgação2

Sobre a APAN: https://apan.com.br/

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