Denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet crescem 70% de janeiro a abril deste ano

ONG que combate crimes e violações de direitos humanos no ambiente digital recebeu mais de 23 mil denúncias no período.

FONTEG1/Bom Dia Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil

Um levantamento feito por uma ONG que atua no combate a crimes e violações de direitos humanos no ambiente digital mostra um dado alarmante para pais de crianças e adolescentes. A quantidade de denúncias sobre abuso e exploração sexual infantil na internet cresceu 70% apenas nos primeiros meses de 2023.

SaferNet Brasil, entidade não-governamental que trabalha pela proteção da população no ambiente digital, recebeu mais de 23 mil denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil entre os meses de janeiro e abril. No ano passado, o período teve pouco mais de 14 mil denúncias.

A fisioterapeuta Alessandra Cardoso dos Santos acompanha o filho João, de 14 anos, para saber com quem ele conversa na internet e quais páginas ele tem acessado.

“A gente janta todos os dias juntos. Mas na segunda-feira a gente abre um leque assim de conversas”, explica. “Ele conversa com a gente o que está acontecendo, se tem alguma coisa diferente, uma conversa que ele achou meio estranha, e se ele quer uma ajuda nossa. E aí tudo fica bem claro ali”.

Juliana Cunha, diretora da SaferNet Brasil, acredita que o aumento do número de denúncias se dá por vários fatores. Um deles é o aumento na quantidade do tempo em que os jovens ficam conectados, provocado pela pandemia. Outro fator é o surgimento de novas tecnologias que auxiliam o monitoramento de conteúdo compartilhado na internet.

Juliana conta que as denúncias podem ser feitas por qualquer usuário na internet, e sem que ele precise fornecer nenhum dado pessoal. Ela explicou, ainda, como a entidade dá andamento nos casos junto às autoridades.

“Elas (as denúncias) ficam disponibilizadas em uma base de dados que é acessível para as autoridades com as quais a gente coopera – o Ministério Público Federal, Polícia Federal, alguns Ministérios Públicos Estaduais, e recentemente o Ministério da Justiça também. As autoridades é que são responsáveis por fazer uma análise desse conteúdo, e aí, tomar decisões”, explica.

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