Dia das Mulheres: Com Batom e Afeto – por Sérgio Martins

(Foto: Arquivo pessoal)

por Sérgio Martins

 

Mulher é bicho estranho, também concordo com esta opinião, aqueles seres de pés no chão no cotidiano da vida, mas com uma capacidade de percepção multidimensional da realidade em sua volta. Quantas vezes nossas mães, apenas olhando para nós, perguntou: o que está acontecendo filho? Ou sem menor conhecimento no  emaranhado de problemas que estamos envolvidos, dispara: acho melhor pensar bem em suas decisões! Minha vida deslindou por um universo de mulheres fantásticas, algumas simples e outras com tremenda capacidade de reflexão sobre temas complexos. Criado por mulheres, todas negras e independentes da presença masculina e suas vidas, com ar e atitude de gente rebelde, mas responsáveis quanto aos seus papéis no núcleo familiar comunitário. Essas mulheres quando riam não temiam  por julgamentos exteriores, expressavam seus sentimentos e deboche.

Então, negras, brancas, morenas, sempre me impressionou suas bolsas de multi-utilidades com várias objetos, agendas, e claro não faltava o batom e o espelhinho e a pergunta de sempre: como estou? Este um traço comum entre elas, pode ser dona de casa, intelectual ou militante política. Para não falar da famosa TPM o terror de todos os homens e companheiros, aquela impaciência, azedume e mau humor  todos os meses.

Quem falar que amor de mulher é igual de homem está mentindo. Mulher quando ama manifesta em seu corpo todo, mas principalmente em seu olhar de ternura de cuidado, ou no choro da saudade ou de demonstração de felicidade, e os homens ficam perguntando está chorando por que querida? Acho que nem elas sabem explicar de onde emana este sentimento que se materializa em lágrimas: coisa de mulher.

Mas sai de baixo, se uma mulher lhe odiar ou tomar raiva. Além das pragas que são rogadas todos os dias, a mulheres tem uma capacidade tenebrosa de analisar pejorativamente seus desafetos, chega dá pena de ouvir os comentários, ainda mais quando se unem em grupo, é insuportável para vítima.

Tive alguns desafetos, mas na sua grande maioria grandes parceiras, principalmente na luta política por melhores horizontes de bem estar comum. Aí  encontrei grande mulheres, temidas quanto suas capacidades de mobilização e articulação, grandiosa em suas avaliações sobre as metas coletivas e suas responsabilidades, ternas e cuidadosas nas críticas aos companheiros, mas sempre mulheres, com seus batons e afeto. Tive a sorte de encontrar na vida grande mulheres, entres elas a mãe de meus filhos e minhas amigas eternas. Sem dúvidas, a sociedade  merece conhecer e se reconhecer mas nestes seres tão diferente dos homens.

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