Dia dos Direitos Humanos: Pandemia agravou desigualdades

Dois anos de pandemia agravaram as desigualdades que a ONU queria erradicar com a Declaração de 1948, avalia a Alta Comissária Michelle Bachelet. Hoje, 10 de dezembro, assinala-se o Dia dos Direitos Humanos.

FONTEDW, por Agência Lusa
Foto ilustrativa: Migrantes na ilha de Lampedusa, em Itália.

A crise da Covid-19 “provocou um aumento preocupante das desigualdades, a começar pelas taxas desproporcionadas de infeção e morte nas comunidades mais marginalizadas”, disse a Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, numa mensagem em vídeo por ocasião do 73.º aniversário da adoção da Carta dos Direitos Humanos, que se assinala esta sexta-feira, 10 de dezembro.

A pandemia “contribuiu também para o aumento dos níveis de pobreza, fome e para a redução do nível de vida”, enquanto aumentaram os protestos, a instabilidade social e os conflitos, sublinhou a Alta Comissária.

As mulheres, os trabalhadores informais, os idosos e os mais jovens estão entre os mais atingidos pela pandemia e as suas consequências socioeconómicas, mas também as pessoas com deficiências e membros de minorias étnicas e religiosas, sublinhou Bachelet.

A desigualdade também aumentou entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, tendo em conta que as previsões sugerem que em 2022 os primeiros terão crescimento económico, enquanto os últimos continuarão em recessão.

Michelle Bachelet – Foto: Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images

Momento crítico da política mundial

Estas divergências “foram agravadas pela taxa de vacinação incrivelmente desigual”, disse Bachelet, recordando que nos países de alto rendimento, em média, 65% dos adultos receberam pelo menos uma dose de vacina anti-Covid, enquanto nas economias mais pobres a percentagem cai para 8%.

Bachelet lembrou ainda que, juntamente com a crise de saúde, o mundo está a atravessar outra crise ambiental, com 15.000 mortes e 98 milhões de pessoas afetadas em 2020 devido a desastres climáticos.

“Estamos num momento crítico da política mundial, em que o mundo ainda não recuperou da pandemia e está a tentar, por outro lado, fazer as mudanças radicais necessárias para evitar outras catástrofes ambientais futuras”, alertou a antigo Presidente do Chile.

-+=
Sair da versão mobile