Depois de gravar a última temporada de “Malhação” por nove meses, com direito a fazert até 25 cenas por dia, tudo o que Élida Muniz quer é férias, certo?
Certo! Mas se o convite for para fazer um trabalho posando para um ensaio especial de maquiagem para pele negra e cheio de bossa, ela atrasa um pouquinho seus planos e abre uma exceção para essa sua outra paixão: a moda.
A atriz, que tem 13 anos de carreira, também cursa faculdade de moda e planeja viagem de férias a Nova York para fazer cursos de interpretação e estilo até o final deste ano.
“Agora quero priorizar o descanso. Quero viajar, me reciclar e aprender coisas. Não abro mão disso”, diz ela entre uma pincelada de rímel e outra.
Élida também falou sobre o espaço para atores negros na TV. Confira mais!
Enquanto tinha a pele preparada para ostentar um look urbano e casual pela maquiadora Dani Carneiro, do Maison Esmell & Jambert, Élida falou sobre sua empreitada em “Malhação”, onde viveu Tati, modelo que vivia se metendo em trapalhadas para tentar levar a carreira. Segundo Élida, foram nove meses de trabalho, com direito a gravar até 25 cenas por dia, 15 trocas de roupas e a uma convivência intensa com o elenco da novelinha.
Maquiagem para o dia a dia e papo de trabalho
“Apesar da correria, valeu muito a pena. Acho que ganhei 25 amigos. Além de ter a honra de trabalhar com Flávio Bauraqui e Virginia Cavendish”, conta ela que, no início do trabalho, teve que “se mudar” para um apart hotel onde estava hospedada parte do elenco.
Maquiagem glamour e papo reto
No início da temporada, Élida chegou a ser chamada de a “Helena” da tarde, já que “Malhação” estreou na mesma época em que “Viver a Vida”, que trazia a primeira protagonista negra de Manoel Carlos. A atriz ri da comparação, mas acha importante o movimento de colocar negros em papéis centrais nas tramas.
“Na verdade, sou a favor de uma espécie de cotas para a TV. A abertura está maior. Quando comecei, só tinha eu da minha idade. E se você for ver, além de mim ainda tem apenas Sheron Menezes e Taís Araújo dessa nova geração. Cadê o restante da galera? A TV brasileira tem menos negros do que a televisão da Dinamarca”, diz ela que descarta a desculpa de que não existem bons atores negros.
“Você vê tanta gente sem graça e sem talento trabalhando. E esse papo de que não tem atores negros com talento é mentira. Tem várias companhias de teatro ótimas que privilegiam o negro, como o Bando de Teatro Olodum. Não precisa ser uma imposição, mas tem que ter uma iniciativa para igualar”, diz.
Maquiagem para a noite e balanço sobre a carreira
A atriz, de 21 anos e 13 de carreira, lembrou ainda como começou na profissão. Ela lembra que foi descoberta pelo diretor José Maria, que a achou bonitinha e a encaminhou para um teste.
Élida passou e virou a filha de Isabel Fillardis, na novela “A Indomada”. “Eu parecia uma mini Isabel”, lembra ela que até hoje ouve comentários sobre sua semelhança com a atriz e que depois emplacou trabalhos em outras novelas, no infantil “Bambuluá”, na TV Globinho e depois em “Malhação”.“Sinto-me uma privilegiada porque tive oportunidade, mas ralei para me manter”, diz.
Créditos
Produção: Raphaella Avena
Cabelo e maquiagem: Dani Carneiro
Agradecimentos:
Maison Esmell & Jambert