Elisa Lucinda: “As portas estão fechadas para os negros”

Em entrevista em vídeo, a atriz, cantora e escritora afirma que é preciso escolher entre ser um abolicionista moderno ou um escravocrata

Por Tatiana Merlino Do Carta Capital

Elisa afirma que existe um Brasil que é do apartheid Foto: Cauê Gomes

A atriz, cantora e escritora capixaba Elisa Lucinda sofre com o racismo em todas as suas áreas de atuação. Na literatura, mulheres negras são invisibilizadas. Na teledramaturgia também: “não vemos negras como protagonistas de uma novela. O Brasil é muito cruel. E o racismo é um câncer”, afirma, em entrevista a CartaCapital.

Elisa afirma que existe um Brasil que é do apartheid. “Se tem território, tem apartheid. Eu sei onde ir e encontrar só brancos e ir em outros e encontrar só negros”.  Um dos problemas do racismo estrutural, afirma, é a naturalização da ausência de negros em inúmeros espaços: uma pessoa branca, por exemplo, que entra em local e só vê outros brancos, e acha a situação natural.  “É preciso escolher se você vai ser um abolicionista moderno ou um escravocrata”, provoca.

Criadora da Escola Lucinda de Poesia Viva e da Casa-Poema, instituição socioeducativa, ela dá aulas de poesia para população transgênero e  jovens em conflito com a lei. É autora de 14 livros, entre eles “Fernando Pessoa, o Cavaleiro do Nada”, uma biografia não autorizada.

 

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