“Em Espanha, negro e champanhe não combinam”

O antigo internacional francês, Marcel Desailly criticou os recentes atos racistas e apontou o pior dos países europeus: a Espanha
Marcel Desailly é um dos nomes grandes no futebol mundial. O antigo central francês, que nasceu no Gana, repudiou, veementemente os recentes atos de racismo verificados em Espanha e Itália.
Em entrevista ao globoesporte.com, o antigo atleta, agora com 45 anos, fez um resumo da sua experiência de vida em Itália, França e Inglaterra. “Em Inglaterra e na Alemanha a imigração é uma realidade bem aceite. São países bem organizados e a sociedade tem essa noção de respeito. Em Itália já é um pouco diferente. O italiano é um pouco racista, mas é aberto, curioso e quando lhe explica as coisas, a situação pode evoluir favoravelmente.
Os espanhóis, na minha opinião, são mais racistas, porque quando pensa na Catalunha, região central de Madrid, a comunidade de Valência, País Basco, etc., existem muitas diferenças e batalhas internas pela separação de cada região.
Na Catalunha, um negro que chega a um hotel cinco estrelas não é bem visto. É olhado de cima a baixo, porque os catalães estão habituados a ver os negros a vender carteiras no meio da rua, mas não um negro que brinda com um copo de champanhe num hotel cinco estrelas. Em Inglaterra, por exemplo, isso é mais comum. Por isso, é normal que uma cultura de racismo se desenvolva mais facilmente em Espanha.É uma questão de cultura que vai muito além de um rapaz que lança uma banana num estádio”.
Sobre o Mundial no Brasil, o francês que foi campeão do Mundo em 1998 precisamente contra o Brasil (3-0), deixou a sua preferência.”Para mim vai ganhar a Argentina. Não é só pelo Messi. É pela Argentina como equipa. É a minha opinião e basta!”.
-+=
Sair da versão mobile