‘Enfrentamento ao racismo é indispensável’

O Atlas da Violência 2018 aponta que a taxa de homicídios no Brasil chega a ser 30 vezes maior do que a da Europa, observando dados do ano retrasado. Nessas estatísticas, os assassinatos de negros equivalem a 2,5 vezes aos de pessoas não negras. No período de 2006 a 2016, o índice de homicídios de pessoas negras no Brasil cresceu 23,1%, enquanto a taxa de não negros recuou 6,8%. São 40,2 mortos negros para cada 100 mil habitantes.

Por Isabela Fleischmann, do  Folha de Londrina

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Para Maria Santos, integrante de comissão da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que promove igualdade racial em Londrina, os números do estudo refletem na realidade do município. “É uma bandeira antiga. A cada 23 minutos morre um jovem negro, uma verdadeira chacina, face cruel da existência do racismo”, acrescentou.

“Essa violência atinge a sociedade como um todo. Interessa falar de racismo também ao não negro, só assim podemos falar de pacificação”, expõe Santos. Para ela, é indispensável o apoio de políticas públicas de enfrentamento ao racismo, que se reflete não só nos homicídios, mas também no número crescente de criminalidade dos negros. “Hoje temos verdadeiros navios negreiros nas cadeias. Precisamos com urgência do apoio de toda a sociedade”, reivindicou.

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