Especial quarentena: séries com protagonistas negros

Taís Araujo e Lázaro Ramos em 'Mister Brau'; e Octavia Spencer em 'Self made' (Foto: Divulgação TV Globo e Netflix)

Octavia Spencer protagoniza brilhantemente a obra que mostra a história de Madam C.J. Walker, primeira mulher negra a se tornar milionária nos EUA, no início do século 20. A produção inspira essa lista com obras protagonizadas por personagens que lutaram contra o racismo em suas diversas áreas de atuação.

Pioneirismo

História verdadeira que aconteceu no início do século XX, “Self made” mexe com antigas batalhas que seguem atuais: aborda a segregação, o racismo, o colorismo e o feminismo. Entre os méritos da série estão: a dimensão humana da personagem central, figurinos e cenografia de qualidade, um formato agradável (quatro episódios de menos de uma hora) e um elenco que, por si, já vale a viagem.

Cotação: Ótima
Onde: Netflix

Crime e História

Em “Quem matou Malcolm X?”, de seis episódios curtos (cerca de 40 minutos), o espectador acompanha uma trama de investigação misturada a um enredo sobre crimes da vida real. Diferentemente de produções de documentário, essa não cansa o público com a repetição de imagens; vale-se de um baú muito farto e cheio de raridades. Tanto que mesmo aqueles que já conhecem essa história poderão ter algo a aprender com a série. Merece toda a sua atenção.

Cotação: Ótima
Onde: Netflix

Mais fatos reais

“When they see us” (“Olhos que condenam”) reconta a história internacionalmente conhecida como Os Cinco do Central Park (1989), em que uma turma de garotos negros e pobres de Nova York faz confissões de um crime que não cometeu. O racismo está em primeiro plano, mas a narrativa abrange temas correlatos, entre eles o desamparo às famílias, todas elas pobres.

Cotação: Ótima
Onde: Netflix

Nacional

Estrelada por Lázaro Ramos e Taís Araujo, “Mister Brau” (Globoplay) retrata o mundo da música popular e espreme graça das diferenças culturais e de classe. Ao longo das quatro temporadas, ela se afiou e saiu do anacronismo inicial. Entre os grandes méritos do programa estão o elenco de talentos e o fato de ela se debruçar na realidade brasileira. Para quem procura humor e leveza com uma dose de reflexão, os episódios de 20 a 30 minutos cumprem bem este papel.

Cotação: Boa
Onde: Globoplay

A gênese do hip hop

Quem é fã de musicais e aprecia uma reconstituição de época séria não pode perder “The get down”. A produção de duas temporadas mostra jovens de South Bronx que vão descobrindo a vida — e perdendo a inocência — em meio a dificuldades. Tudo isso é embalado pela música disco e pelo hip hop que nascia naquele lugar sem horizontes. Recomendo ao leitor preparar os lenços e baixar a guarda da crítica ao que pode ser visto como “cafona”. E tudo — enredos, direção e elenco — comove. Não é pouco.

Cotação: Ótima
Onde: Netflix

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